O Rio de Janeiro hoje:
É a 2ª maior
cidade brasileira e 3ª maior da América do Sul, após São Paulo e Buenos Aires -
em população. Possui uma área de 1.182 km² e mais de seis milhões de habitantes
em sua área urbana. Cerca de 95,8% da população é alfabetizada, existindo cerca
de 1.696 estabelecimentos de ensino pré-escolar, 2.204 do ensino fundamental e
598 do ensino médio. Além disso, em 2007, possuía 1.595 estabelecimentos de
saúde total (sendo 172 públicos), 21.103 leitos, 1.062 agências e
1.801.863 domicílios permanentes registrados. A capital do turismo no Brasil,
aos poucos vem perdendo espaço nesse segmento, em razão da violência urbana,
tráfico de drogas, epidemias (de dengue - a mais recente e também a maior em
número de casos, do país), poluição de suas praias e o caos do seu trânsito
urbano. A cidade possui um dos mais movimentados portos da América Latina, bem
como o é o segundo maior centro de movimento de aeronaves (aeroportos de Santos
Dumont e Galeão). O cartão postal do país, lembrado pelo Pão de Açúcar,
Corcovado e pelo melhor carnaval do mundo é também um grande centro cultural,
artístico e industrial do país, configurando como metrópole continental e
segunda mais importante cidade brasileira.
HISTÓRIA:
Em 1 de janeiro de
1502 quando a primeira expedição portuguesa veio explorar a costa brasileira,
ao entrar na barra da Baía de Guanabara, confundiu-a com a foz de um grande
rio, chamando-a de Rio de Janeiro. Este nome, desde então, passou a designar as
terras que ficavam em torno daquela baía.
Quando em 1534 D.João III, rei
de Portugal, dividiu o Brasil em capitanias hereditárias, dois lotes foram
doados a Martim Afonso de Sousa. O primeiro, que não foi colonizado, reverteu à
Coroa, com o nome de Capitania do Rio de Janeiro. O segundo desenvolveu-se com
o nome de São Vicente.
Em 1555, invasores franceses,
sob o comando de Nicolau Durand de Villegaignon, instalaram-se nas ilhas da
Baía de Guanabara com o propósito de fundar a França Antártica. Fizeram aliança
com os primitivos habitantes da terra, os índios tamoios, ameaçando seriamente
o domínio português no Brasil.
Os governadores-gerais do Brasil - Duarte da Costa e Mem de Sá - tentaram
expulsar os franceses do Rio de Janeiro e não conseguiram.
A conselho dos jesuítas
Nóbrega e Anchieta, a rainha-regente D. Catarina, resolveu ordenar a fundação
de uma cidade às margens da Baía de Guanabara que teria como função principal a
defesa desse trecho do litoral brasileiro.
Assim, no dia 1 de março de
1565, Estácio de Sá desembarcou numa praia entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara
de Cão, instalando oficialmente a cidade que se chamou São Sebastião do Rio de
Janeiro em homenagem ao rei-menino de Portugal D. Sebastião e ao santo do mesmo
nome, que se tornou o padroeiro da cidade.
Durante cerca de dois anos, Estácio de
Sá comandou a defesa da cidade, aproveitando-se do relevo acidentado da área
para construir tranqueiras que impediam a aproximação do inimigo. As lutas,
nesse tempo, eram de emboscadas. A expedição de Estácio de Sá que, não era
grande, partiu de Portugal e foi acrescida de soldados recrutados entre
pequenas povoações da Bahia, Espírito Santo e São Vicente. Muitos índios, como
os Temiminós, participavam da defesa portuguesa, contudo, o contingente era
ainda deficiente para destroçar as forças francesas e tamoias. Por isso, o
próprio governador-geral Mem de Sá saiu de Salvador, então capital da Colônia,
e veio ajudar seu sobrinho Estácio de Sá no combate aos franceses.
A 20 de janeiro de 1567,
trava-se uma batalha decisiva, no forte Uruçumirim (local do atual Outeiro da
Glória), e os franceses foram obrigados a abandonar suas instalações,
retornando à França. Três dias depois, foi destruído o último reduto francês, o
Forte de Paranapecu, na Ilha do Governador. Era a expulsão definitiva do
inimigo e a primeira vitória para a cidade recém-fundada que, até hoje, guarda
por tradição alguns dos fortes que serviram para consolidar o domínio
português.
No combate de Uruçumirim,
Estácio de Sá foi mortalmente ferido no rosto por uma flecha envenenada, vindo
a falecer um mês depois. A administração da cidade passa, então, a ser feita
pelo próprio governador-geral Mem de Sá que logo providenciou a transferência
da urbe para lugar mais seguro e espaçoso, o alto de um morro, que teve várias
denominações, entre elas: Descanso e São Januário, consagrando-se, contudo, a
de Morro do Castelo, mais tarde demolido, onde, hoje, se encontra a Esplanada
do Castelo. Em 1568, Mem de Sá retorna a Salvador e deixa outro sobrinho -
Salvador Correia de Sá -administrando o Rio de Janeiro.
A cidade foi crescendo no
Morro do Castelo, onde foram construídos os primeiros prédios importantes, como
a Casa da Vereança, a Igreja Matriz de São Sebastião, o Colégio dos Jesuítas, a
Igreja de Santo Inácio, armazéns e residências. Para efetivar o povoamento da
região, sesmarias são distribuídas por todo o sertão carioca e começam a surgir
os engenhos de açúcar, as lavouras, os curtumes. Onde houvesse uma pequena
comunidade, aparecia uma capelinha, a fim de que os colonos pudessem cumprir
seus deveres de católicos. Em pouco tempo a cidade começa a descer o morro e
espalhar-se pela várzea. Ainda no final do século XVI começam a chegar os
primeiros escravos da África para trabalhar nos engenhos de açúcar. Segundo
estimativa de Anchieta, a população do Rio de Janeiro e arredores era de 3.850
habitantes, sendo 3.000 índios, 750 brancos e 100 negros.
Distingui-se o século XVII do
anterior, no que se refere à vida da Cidade do Rio de Janeiro, pela época em
que se formou o espírito cívico da população, tempo em que os cariocas
aprenderam a resolver seus problemas cotidianos. Ao iniciar-se aquele século,
existia à margem da Baía de Guanabara um modesto povoado, de casas de barro e pau-a-pique,
mal alinhadas, que se estendeu até a várzea sem a menor preocupação de
urbanização. No final do mesmo século estava a cidade constituída não, apenas,
administrativa mas, também, socialmente. Desdobravam-se as ruas na baixada
central, aquelas modestas casinhas cediam lugar a numerosos sobrados na Rua
Direita. Até o governador da cidade foi residir naquela rua, que hoje é a
Primeiro de Março. Foi o século da agricultura, da fixação dos povoadores nas
sesmarias distribuídas pelos governadores e da construção dos conventos de três
importantes ordens religiosas que aqui se haviam estabelecido - Beneditinas,
Franciscanas e Carmelitas - respectivamente Mosteiro de São Bento, Convento de
Santo Antônio e Convento do Carmo. Foi, também, quando se deu a primeira
rebelião popular da cidade que abalou até a confiança da Coroa Portuguesa. A
população do Rio de Janeiro, nessa época, atingiu a 12.000 habitantes. No
século XVIII, a zona urbana do Rio de Janeiro começa a ampliar seus limites
além da " Vala" , hoje Rua Uruguaiana, estendendo-se as novas ruas às
imediações do "Campo da Cidade", onde mais tarde se situou o Campo de
Santana.
Com a extinção da Companhia de
Jesus, em 1759, as fazendas e engenhos da zona rural, "o sertão
carioca", começaram a se repartir em pequenas chácaras, vivendas
confortáveis de arrabaldes que se originavam nas zonas norte e sul da cidade.
Era o surgimento de São Cristóvão e Botafogo, como áreas novas procuradas pela
população.
A presença dos vice-reis no
Rio de Janeiro estimulou uma vida social mais intensa e, surgem a partir de
1767 os primeiros teatros da cidade: A Casa da Ópera, do Padre Ventura, e o
teatro de Manuel Luís.
Os transportes para pequenas
distâncias aumentam: cadeirinhas, liteiras, serpentinas e palanquins são vistos
com freqüência no fim do século.
As festas populares se
aprimoram com a vinda, em 1808, da família real portuguesa para o Brasil,
aparecendo o desfile de "carros de idéias", que seriam um prenúncio
dos préstitos carnavalescos. O aspecto geral da cidade, também, melhorou com as
primeiras medidas sanitárias além de outras, visando à infra-estrutura urbana:
calçamento das Ruas da Vala e do Cano, aterro de lagoas da zona urbana,
isolamento de leprosos num hospital, construção de um cais, abertura dos
primeiros jardins e praças, iluminação com lampiões de azeite de peixe,
construção de chafarizes, úteis e belos, graças a primeira adutora do Carioca.
Surgem, ainda, os primeiros prédios públicos dignos de uma capital, como o
Palácio dos Governadores (o Paço Imperial na Praça Quinze de Novembro), o
Palácio Episcopal, no Morro da Conceição, o Senado da Câmara ( no mesmo local
onde hoje está o Palácio Tiradentes ), a Casa do Trem ( posteriormente Arsenal
de Guerra, hoje Museu Histórico Nacional ), o Arsenal da Marinha, o Hospital
Militar e vários quartéis de Infantaria, Artilharia e Cavalaria.
Muitas igrejas se erguem, como a do
Carmo (na Praça Quinze de Novembro) e a de São Francisco da Penitência (ao lado
do Convento de Santo Antônio). Capelas e pequenas ermidas de séculos anteriores
se transformam em imponentes templos.
A população aumenta, o
comércio se expande, o porto melhora. O café começa a ser cultivado no Rio de
Janeiro e, segue o seu caminho pelo Vale do Paraíba. A cidade , porém, não
perde suas tradições provincianas: horas anunciadas pelos badalos de sinos,
relógios de sol, comemorações religiosas, procissões promovidas com aparato
pelas irmandades rivais, casas sem venezianas, poucos divertimentos para as
mulheres. Assim, com cerca de 50.000 habitantes, o Rio de Janeiro chega ao
final do século XVIII.
Muitos melhoramentos recebeu a
cidade no século XIX. Se compararmos à pequena capital da Colônia encontrada
por D. João, com a extensa cidade deixada por D. Pedro II, veremos que muitas
diferenças se faziam notar, a começar pelos limites da parte urbana que eram
bem outros. Enquanto no alvorecer do século XIX, no tempo dos Vice-Reis, o núcleo
urbano atingia apenas o Campo de Santana - ainda um simples terreno baldio, sem
jardins - no final do mesmo século a urbanização do Centro ultrapassava o Largo
do Rossio Pequeno, depois Praça Onze de Julho e, fazia-se necessária a drenagem
dos pântanos que atingiam São Cristóvão, através do Canal do Mangue. A evolução
dos transportes coletivos, o trem e o bonde assinalaram o desenvolvimento dos
subúrbios e dos novos bairros residenciais, antes sertão da cidade.
O abastecimento de água domiciliar
que obrigou o governo a captar novos mananciais fluminenses, também,
possibilitou a fixação de uma população mais numerosa.
A iluminação a gás, a partir
de 1854, depois a implantação da eletricidade, foram fatores importante na
transformação do Rio.
O problema das comunicações,
com muitas introduções de novos processos, como o telégrafo, o correio
domiciliar, o cabo submarino para o telégrafo e até o telefone, foi outro
aspecto importante de modernização.
Medidas a favor da higiene,
como o sistema de esgotos, construção de hospitais e cemitérios públicos vieram
contribuir para reformular o conceito negativo que os estrangeiros tinham do
Rio. Os acontecimentos políticos, como a Guerra do Paraguai, a Campanha
Abolicionista e a própria Proclamação da República, repercutiam intensamente
nesta capital, a ponto de influir diretamente na mudança da nomenclatura dos
lugares públicos. As conseqüências desses eventos não se refletiram somente
nesse aspecto mas, sim, no próprio estilo de vida do carioca, isto é, sobre a
sociedade de então. Por exemplo, a falta do trabalho escravo nas velhas mansões
apalacetadas do Segundo Reinado, vivendas que possuíam imensos jardins e
numerosos cômodos a zelar, obrigou muitos nobres senhores a se desfazerem das
mesmas. O próprio Governo Provisório comprou alguns desses palácios e os
utilizou para suas repartições públicas. Tal foi o caso do Palácio Itamarati,
transformado, depois, em Ministério das Relações Exteriores, onde hoje funciona
o Museu Histórico e Diplomático do Palácio Itamarati.
A mudança do sistema de
governo monárquico em republicano, de certa forma, também influiu na
democratização das moradias. O desaparecimento da classe nobre igualou os
cidadãos da nova República e, as grandes chácaras da Tijuca, Andaraí, Botafogo
e Laranjeiras foram loteadas, exigindo menor número de serviçais. As que se
mantiveram foram ocupadas por hotéis, colégios, asilos, prédios públicos e,
quando muito desvalorizadas, se transformaram em "cabeças de porco"
ou "cortiços".
A cidade crescia para os lados
do mar, na zona sul, de maneira a arejar mais o centro. Em 6 de julho de 1892 a
Companhia Ferro Carril Jardim Botânico abria o primeiro túnel para ligar o
Centro ao longínquo bairro praiano de Copacabana.
No início do século XX, na gestão do
prefeito Pereira Passos que participara no Segundo Reinado da construção da
Estrada de Ferro Corcovado, o Rio sofreu uma grande transformação que lhe daria
um aspecto inteiramente modernizado. O presidente da República Rodrigues Alves
dera carta branca a Pereira Passos e a seus principais auxiliares: Oswaldo Cruz
e Francisco Bicalho. Este foi o construtor do novo Porto do Rio de Janeiro,
inaugurado em 1910. Oswaldo Cruz saneou a cidade, acabando com três epidemias
terríveis que vinham assolando a população a cada ano: febre amarela, varíola e
peste bubônica. Destacou-se, ainda, a figura do engenheiro Paulo de Frontin,
encarregado de construir a maior parte das obras projetadas pelo prefeito
Pereira Passos.
Os melhoramentos de Pereira
Passos atingiram a cidade de ponta a ponta, começando pelo Centro, onde se
abriu a Avenida Central, hoje Rio Branco, a mais larga da época. Outras ruas foram
rasgadas e, muitas, alargadas na área central; jardins remodelados, outros
criados. Os subúrbios, também, foram beneficiados. A Floresta da Tijuca teve
seus caminhos alargados, a Avenida Beira Mar foi aberta até Botafogo.
Depois de Pereira Passos,
outros prefeitos realizaram obras notáveis na cidade como, por exemplo, Carlos
Sampaio que iniciou o arrasamento do Morro do Castelo, abrindo novo espaço para
a urbanização de uma grande área no Centro, onde seriam inaugurados vários
Ministérios. A derrubada do Morro do Castelo levou consigo boa parte da
história do início da cidade do Rio de Janeiro que lá se instalara, quando da
expulsão, definitiva, dos franceses, no século XVI.
Em 12 de outubro de 1931 foi inaugurado o Cristo Redentor, maior símbolo da
cidadedo Rio de Janeiro (vide abaixo).
Até 1945 surgiram importantes
avenidas como a Presidente Vargas e a Brasil. São dessa época o Parque da
Cidade, na Gávea, o Jardim de Alah, o Corte do Cantagalo e a estrada cimentada
para o Corcovado.
Nos anos de 1950 e 1960 foram
destaques: a demolição de boa parte do Morro de Santo Antônio, para o aterro do
Parque do Flamengo. Apesar da mudança da capital para Brasília, em 1960, o Rio
de Janeiro, transformado em cidade-estado da Guanabara, continuou sendo
importante pólo turístico, cultural e comercial. Os investimentos públicos se
intensificaram nas áreas mais ricas, acelerando o processo de especulação
imobiliária.
A única cidade-estado do país
ficou sob a administração do, então, governador Carlos Lacerda, o primeiro da
Guanabara, que desativou o serviço de bondes, substituindo-os por ônibus
elétricos, de curta existência. Abriu dois túneis complementares em Copacabana,
além do túnel Santa Bárbara, entre os bairros de Catumbi e Laranjeiras e, ligou
as zonas norte e sul, com o túnel Rebouças, na época o maior túnel urbano do
mundo. Urbanizou o aterro do Flamengo, construiu a Rodoviária Novo Rio.
Realizou a política de construção de viadutos e vias expressas para desafogar o
trânsito, adotando o Plano Doxiades, do qual resultou, anos depois, a
construção das linhas Vermelha e Amarela. Levantou bairros proletários para a
população de favelas, removendo-as dos morros da cidade. Deu término à
construção de adutora para a normalização do fornecimento de água à cidade.
No final da década de 1960 e
nos anos de 1970, grandes obras foram realizadas: o alargamento da praia de
Copacabana, tornando sua curva atlântica ainda mais encantadora; o elevado da
Avenida Paulo de Frontin; a primeira etapa da auto-estrada Lagoa-Barra; a ponte
Rio-Niterói e o Metrô. O urbanismo moderno encontrou sua última expressão no
Plano Lúcio Costa para a Baixada de Jacarepaguá e Barra da Tijuca.
Em 1975, com a fusão dos
estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a cidade passou a ser a capital do
estado com o título de Município do Rio de janeiro. A década de 90 foi
importante e representou mudança para a vida da cidade. Podemos apontar o ano
de 1992, com a escolha do Rio de Janeiro como centro mundial do debate sobre
desenvolvimento e meio-ambiente, com a Eco 92. Este fato desencadeou uma série
de ações governamentais traduzidas em investimentos na cidade, além de devolver
a autoestima do carioca. A partir de 1993, com uma nova gestão de governo, a
cidade do Rio de Janeiro experimentou uma fase marcada por grandes obras
públicas, programas sociais, a volta à ordem pública, saneamento financeiro que
transformaram o Rio de Janeiro em uma cidade pronta para enfrentar os desafios
do novo milênio. A construção da Linha amarela, importante via de ligação entre
a Zona Norte e Zona Oeste; o Programa Favela-Bairro, que integra as favelas do
Rio de Janeiro ao tecido urbano da cidade; o Rio Cidade, são exemplos de
intervenções urbanas que procuram garantir bem-estar e funcionalidade de
serviços à população.
Num país de civilização jovem
como o Brasil, uma cidade de quatrocentos e trinta e cinco anos representa um
patrimônio que deve ser zelado pelos brasileiros e conhecido pelos
estrangeiros, já que possui um espírito formado através de muitas gerações, que
trabalharam em seu solo, lutando contra obstáculos imensos.
Por circunstâncias várias, o
Rio de Janeiro foi sempre uma cidade aberta a todos. É aí que reside a sua
principal característica: a alma carioca da cidade, essa alma tão conhecida
pelo seu humor, pela sua espontaneidade, pela sua hospitalidade, pela sua
grandeza em acolher a todos com o mesmo amor.
P.S.: O gentílico
"carioca", aos nascidos na cidade, só foi usado a partir de 1834,
quando da criação do município neutro desmembrado da província do Rio de
Janeiro. Antes disso, os nascidos aqui eram chamados de fluminenses, como ainda
o são os nascidos no Estado do Rio de Janeiro, não na cidade. Gentílico
derivado da palavra latina flumens: rio.
A origem do topônimo carioca -
cari=branco + oca=casa --, ou seja casa de branco, numa alusão a casa de pedra
mandada erguer por Gonçalo Coelho, na expedição portuguesa de 1503, o primeiro
desembarque de europeus em terra do Rio de Janeiro. No entanto é um argumento pouco
provável. É mais fácil acreditar que o local era chamado pelos tamoios de
Acari-oca, toca de acará, peixe abundante naquela praia. Do local o nome passou
a designar os habitantes do Rio de Janeiro.
EVOLUÇÃO POLÍTICA DA CIDADE DO RIO DE
JANEIRO
De 1565 a 1763 - Rio de Janeiro, simples cidade do litoral sudeste do
Brasil.
De 1763 a 1808 - Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Vice-Reino do
Brasil
De 1808 a 1821 - Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Governo
Português.
De 1822 a 1831 - Rio de Janeiro, capital do Primeiro Reinado.
De 1831 a 1840 - Rio de Janeiro, sede da Regência. Em 1834 surge o Município da
Corte ou Neutro.
De 1840 a 1889 - Rio de Janeiro, capital do Segundo Reinado.
De 1889 a 1960 - Rio de Janeiro, capital da República. Em 1891 transformou-se
em Distrito Federal.
De 1960 a 1975 - Rio de Janeiro, capital do Estado da Guanabara.
De 1975 em diante - Rio de Janeiro, capital do novo Estado do Rio de Janeiro.
Transforma-se o Estado da Guanabara em Município do Rio de Janeiro, com a fusão
do antigo Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara.
A delimitação do atual
Município do Rio de Janeiro foi feita em 1834, pelo Ato Adicional, quando se
criou o Município da Corte, vulgarmente chamado de Neutro
FUNÇÕES DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Desde sua fundação até os dias
de hoje, a cidade tem tido várias funções, a de defesa, testemunhada pelos
fortes mantidos, como marcos históricos e abertos à visitação. Outras surgiram
a seguir, pelas próprias necessidades da população: função de porto, decorrente
da posição natural da cidade, à margem de uma baía abrigada; a função
comercial, quando as riquezas da terra começaram a ser desenvolvidas; função
administrativa, quando o Rio de Janeiro passou a sede do Vice-Reino; função
política, quando grandes acontecimentos históricos se operaram no Rio, como o
movimento que preparou a Independência do Brasil e, depois, a sua consolidação,
a Abolição da Escravidão, a Proclamação da República, a manifestação que levou
um milhão de cariocas à Candelária, pelas eleições diretas para presidente da
República e, em 1992, os "caras pintadas", estudantes que tomaram as
ruas para exigir o impedimento do então presidente ; a função industrial
quando, pela introdução da eletricidade, a instalação de indústrias começou a
transformar o panorama da cidade; função cultural, já que grandes centros de
estudos e escolas superiores, como a Escola Naval, o Instituto Militar de
Engenharia, a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, a Escola Superior
de Guerra, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade
Católica, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, centros de conhecimento
avançado de renome no Brasil e no exterior como a Fundação Oswaldo Cruz, o
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, a Fundação Getúlio
Vargas, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, centros culturais, a
Academia Brasileira de Letras, a Escola de Música da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, teatros, salas de concertos e de espetáculos, bibliotecas,
museus, edifícios históricos importantes; finalmente a função turística,
aproveitando a história, as belezas naturais e os empreendimentos que se valem
da situação pitoresca da cidade.
FONTES: PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, IBGE E BASE DE DADOS DO PORTAL BRASIL.
O CRISTO REDENTOR
O maior símbolo da cidade do Rio de Janeiro e maior monumento arquitetônico do
Brasil, com 38 metros de altura, ao contrário do que a grande maioria pensa,
não foi um presente do governo francês, mas sim uma obra-prima do arquiteto e
engenheiro carioca Heitor da Silva Costa (1873-1945). O Cristo Redentor foi
escolhido para ser inaugurado no dia 12 de outubro de 1931 - dia da padroeira
Nossa Senhora de Aparecida.
O projeto foi construído com apoio de doadores brasileiros que financiaram todo
o monumento. Um dos destaques foi João Havelange (ex-presidente da FIFA) que,
não era conhecido aquela época, ia de casa em casa, como voluntário, pedir
contribuições.
Em 1921 um grupo chamado Círculo Carioca abriu concorrência para selecionar o
projeto que seria base de um monumento religioso em comemoração ao centenário
da Independência do Brasil, no ano seguinte. O projeto era muito ambicioso para
ser concluído em um ano e ficou pronto apenas em 1931, 10 anos depois.
O grande desafio técnico era construir uma estrutura de concreto armado,
tecnologia nova na época para uma obra de 1.145 toneladas. Para realizar essa
façanha, Heitor chamou um dos grandes calculistas da época, o francês Albert
Caquot que teve também outro grande parceiro francês, Paul Landowski, talvez o
motivo de toda a confusão sobre a autoria do Cristo Redentor, pois foi quem
esculpiu a maquete da obra e fez em gesso os moldes.
O
projeto inicial de Heitor foi modificado a pedido do cardeal da cidade na
época, dom Sebastião Leme. Enquanto no original o Cristo carregava uma cruz e
uma esfera representando o mundo, o cardeal pedia algo que pudesse ser
reconhecido de longe como monumento religioso. Na solução genial de Heitor,
surgiu o símbolo conhecido por todos: a cruz seria o Cristo de braços abertos,
e o mundo, a própria cidade.
MOSTRAREMOS A SEGUIR ALGUMAS DAS PASAGENS DESTA CIDADE