quarta-feira, 14 de março de 2012

AINDA SOBRE AS PRAGAS NOS LARANJAIS DE SP


Pragas pode trazer mais prejuízos em laranjais da região de Itapetininga, SP


Com a queda de preço, laranjas são deixadas nas plantações.
O apodrecimento pode trazer pragas e comprometer a nova safra.


Os produtores de laranja na região de Itapetininga, no interior de São Paulo, que já tiveram prejuízos devido à crise no mercado do produto, agora se preocupam com as pragas.
Com preço da caixa abaixo do custo de produção, os agricultores cancelaram a colheita. Com isso, os frutos estão apodrecendo nas plantações e servindo de alimento para fungos, bactérias e insetos. Um deles é a mosca da fruta que encontra ambiente propício para a reprodução e pode trazer mais prejuízos à produção.
O produtor João Dias, de Itapeva, afirma que está preocupado porque não compensa colher o fruto, mas que a praga que pode ser trazida pelas laranjas podres pode afetar as plantas saudáveis do laranjal.
Na propriedade dele são aproximadamente 100 mil árvores. O agricultor já descartou o equivalente a 15 mil caixas de laranja, um prejuízo que ultrapassa R$ 200mil. “As bactérias trazidas pelas laranjas podres que somos obrigados a deixar no laranjal, pode prejudicar a próxima safra. A gente sabe que vai ter um custo a mais na próxima safra, porque com certeza vão ficar hospedeiros da plantação. Mesmo agora, com a colheita parada, temos que manter a aplicação de defensivos para controlar outras pragas como o ‘bicho furão’, que poderia destruir a próxima safra”, afirma.
Em outra propriedade em Tatuí, foram plantados 700 mil pés de laranja. Nas árvores, brotos e frutas saudáveis em pleno desenvolvimento, disputam o espaço com outros que já passaram do tempo de colheita. Segundo o agricultor Osni Hessel, 30 mil caixas são descartadas diariamente.
De acordo com o engenheiro agrônomo Fábio Entelman, os frutos que estão em desenvolvimento poderão ser atingidos pelos fungos e insetos que estão nos laranjais em meio às laranjas podres. “Esses frutos permitem que a praga ou a doença complete seu ciclo reprodutivo. Eles também contribuem para o aumento da população de insetos. Assim, a nova safra quando estiver em seu auge de desenvolvimento, poderá ser atacada por essas pragas provenientes desse momento de laranjas podres no meio das plantações”, afirma.

O mercado

O mercado está saturado do produto. A laranja colhida de janeiro à março é da safra temporã, quando o fruto costuma ter o maior preço, mas neste ano, isso não aconteceu. As indústrias estão bem abastecidas já que a safra anterior superou as expectativas.
Com o alto volume do produto, o preço caiu. A caixa de 27 quilos é vendida no mercado a R$ 8, um terço do valor obtido pelo produtor no mesmo período do ano passado. Com o preço baixo, os produtores que não conseguiram negociar o produto deixaram de fazer a colheita.

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