Com Blatter, Maia diz que Câmara levará em conta acordo
com Fifa
Presidente da Câmara não garantiu,
porém, permissão expressa a bebidas.
Governo comprometeu-se a debater garantias na Casa,
disse deputado.
Em
encontro com o presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph
Blatter, o presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta sexta-feira (16) que a
Casa vai "levar em consideração" a liberação de bebidas na Copa, mas
não deu garantias de que haverá permissão expressa do consumo em estádios durante
a realização do evento.
"Temos na semana que vem um debate sobre a Lei Geral da
Câmara no plenário. A questão das bebidas faz parte de um debate que resultou
em documentos assinados pelo governo brasileiro. A intenção é de que não só
esse tema, mas todos os temas que resultaram da negociação com a Fifa sejam
levados em consideração no debate", disse Maia.
Segundo ele, a intenção do governo na Câmara é "fazer com
que a aprovação da Lei Geral da Copa possa se dar num ambiente de cumprimento
dos acordos".
Maia afirmou ainda que o "sucesso" na realização da
Copa depende de uma relação de "solidariedade" entre o governo
federal, a Fifa e o Comitê Organizador Local. "Estamos convictos e
convencidos de que a Copa é um grande evento internacional, que exige muita
colaboração e muita solidariedade entre os agentes envolvidos", disse.
O
presidente da Fifa afirmou, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, que
obteve dela a garantia de que o Brasil cumprirá todos os compromissos firmados
com a entidade para a realização da Copa. Após o encontro com Maia, agradeceu e
disse estar "feliz" com as garantias do governo. "Sou grato à
Câmara por me dar essas garantias prometidas, que são fundamentais para a
realização da Copa", declarou.
Blatter afirmou ainda que o atraso nas obras dos estádios da
Copa não é objeto de tanta preocupação. "Temos enfrentado as mesmas
situações em copas em locais anteriores. Não é uma questão de otimismo, é uma
questão de confiança", disse.
Ainda sobre a Lei Geral da Copa, o líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia, afirmou que irá conversar com líderes do partidos para
fechar questão sobre a aprovação do projeto. Disse que "as posições do
Brasil estão acima daquilo que possa ser opinião pessoal". "Na medida
que o Brasil assinou compromisso com a Fifa, o governo brasileiro cumpriu o
acordo enviando o projeto original", afirmou.
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também disse que o Brasil
"vai cumprir todas as garantias assumidas com a Fifa", mas não quis
especificar a versão da Lei Geral da Copa que será defendida pelo governo.
"O governo não tem receio. O governo vai confiar na decisão da
Câmara", disse.
Coletiva de imprensa após reunião com president
e da Fifa, Joseph Blatter, na casa do presidente da
Câmara, Marco Maia
e da Fifa, Joseph Blatter, na casa do presidente da
Câmara, Marco Maia
Impasse
Na última quarta, líderes governistas na Câmara disseram que não havia compromisso do Brasil com a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, motivo de divergência entre deputados da base aliada. A autorização para a venda de bebidas é uma das exigências da Fifa para a realização do Mundial. Depois, o governo voltou atrás e anunciou que o compromisso estava mantido.
O tema ainda divide os deputados na Câmara e impediu a votação do texto da Lei Geral da Copa nesta
semana. A polêmica arrasta-se desde o ano passado e a questão das bebidas é o
principal ponto de dissenso entre os parlamentares.
O texto original da Lei da Copa, enviado pelo Executivo ao
Congresso, não libera nem proíbe explicitamente a venda de álcool durante o
Mundial de futebol. Apenas exclui a validade de artigo do Estatuto do Torcedor
que veta a entrada nos estádios de torcedores com "bebidas ou substâncias
proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de
violência". Com isso, os 12 estados que sediarão o campeonato teriam
autonomia para negociar a comercialização de bebidas.
Já o texto do relator da matéria, Vicente Cândido (PT-SP),
aprovado na comissão especial no mês passado, prevê expressamente a venda
álcool. O artigo 29 do relatório diz que "a venda e o consumo de bebidas,
em especial as alcoólicas, nos locais oficiais de competição, são admitidos
desde que o produto esteja acondicionado em copos de plástico, vedado o uso de
qualquer outro tipo de embalagem".
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, em almoço
com churrasco na casa do gaúcho Marco Maia (PT),
presidente da Câmara dos Deputados
com churrasco na casa do gaúcho Marco Maia (PT),
presidente da Câmara dos Deputados
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