Laudo aponta possíveis causas de desabamento no Rio
A empresa TO - Tecnologia Organizacional apresentou na
manhã desta segunda-feira, durante audiência pública realizada na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj), um laudo independente relatando as
possíveis causas do desabamento do Edifício Liberdade e de outros dois prédios
na Avenida 13 de Maio, no centro da capital fluminense, em 25 de janeiro deste
ano.
De acordo
com o parecer técnico assinado pelo engenheiro Luís Augusto Câmara, a
edificação ruiu a partir de uma ruptura de pilar na fronte direito superior, e
o desmoronamento foi causado por uma "sobrecarga da estrutura devido à
ampliação de andares no coroamento do prédio e à inclinação do prédio ocorrida
na década de 1970", no período de construção do metrô.
O
documento aponta ainda como hipótese mais plausível a de que a ruptura do pilar
de sustentação tenha se iniciado em torno do 15º andar do prédio, contrariando
as suposições iniciais de que o colapso tenha sido causado pelas obras
realizadas pela empresa TO no 9º andar do edifício. Segundo o laudo, se a
ruptura ocorresse nos andares inferiores, o prédio tombaria para a direita e
haveria "uma forte probabilidade de que parte dos prédios cairia sobre o
Theatro Municipal".
Representantes
do Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), do Clube de
Engenharia, do Corpo de Bombeiros, da Associação dos Familiares das Vítimas do
Desabamento e da TO, entre outras entidades, estiveram na Alerj para discutir o
assunto. O vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro,
Celso Evaristo da Silva, classificou como um "licenciamento atípico"
a autorização para as construções posteriores, que resultaram no preenchimento
das fachadas que haviam sido concluídas inicialmente com um recuo em forma
escalonada nos pavimentos finais do edifício. "Ainda entre 1939 e 1941 a
prefeitura autorizou para que essa parte escalonada fosse `recheada, havendo
acréscimos no decorrer da construção", avaliou.
No
entanto, quase dois meses depois do desabamento, ainda não há resultado da
perícia oficial sobre o que provocou a tragédia. "O parecer técnico não
foi concluído porque essa é uma investigação complexa", disse o delegado
Alcides Alves Pereira, responsável pelo inquérito de apuração das causas do
desmoronamento. De acordo com ele, as investigações serão transferidas para a
Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia
Federal, em virtude dos danos causados ao Teatro Municipal. "Embora sejam
de menor gravidade, tais danos devem ser apurados pela PF, que em consequência
passa a ter também atribuição sobre todo o fato originário", informou o
delegado.
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