Mercado de petróleo e gás precisa de mão de obra
O setor, que cresceu 3,2%
em 2011, é muito promissor e pode absorver toda a mão de obra que se formar
para ele.
A
economia brasileira pisou no freio no ano passado. Depois de um forte
crescimento de 7,5% em 2010, o PIB do ano de 2011 ficou em 2,7%. Um setor foi
exceção: petróleo e gás - cresceu duas vezes mais que o total da indústria no
ano passado. Um mercado com muito trabalho a fazer, mas onde falta mão de obra.
As profundezas da Bacia de Santos guardam um tesouro. E a
indústria de petróleo e gás do Brasil e do mundo reuniu esforços para chegar
até ele.
É com os olhos e a atenção focados na exploração do pré-sal que
19 empresas nacionais e estrangeiras, algumas das maiores do setor petrolífero,
vão fazendo da área de 350 mil metros quadrados, na Ilha do Fundão, no Rio, um
centro de excelência em pesquisa e projetos de petróleo em águas profundas.
Essa exploração é cercada de números astronômicos.
As projeções são de até 50 bilhões de barris de petróleo,
retirados de sete mil metros de profundidade, o que pode render riquezas na
ordem de 2 a 5 trilhões de dólares.
Os números do PIB, divulgados na terça-feira (6), mostram que a
extração mineral, que compreende a produção de petróleo e gás, teve crescimento
de 3,2% em 2011, o dobro do crescimento da indústria como um todo, no mesmo
período.
Quase todo o trabalho do pólo tecnológico do Rio é voltado para
a perfuração e a produção de petróleo no pré-sal. Estes dois pontos são os
maiores desafios dessa exploração. As empresas instaladas estão tendo que
formar mão de obra e fazer investimentos em tecnologia que ainda não existe em
nenhum lugar do mundo.
Para atingir o fundo do mar, vai ser preciso vencer rochas e
espessas camadas de sal, que escondem o petróleo.
“Assim como os Estados Undios ganharam muita experiência na
corrida ao espaço, o Brasil, nas próximas décadas, poderá se tornar o grande
líder das atividades no mar”, prevê Segen Estefen, diretor de tecnologia e
inovação da Coppe/UFRJ.
A primeira a se instalar na área foi a Coppe - Instituto de
Engenharia e Pesquisa da Universidade Federal do Rio.
Muitos equipamentos são desenvolvidos nela para testar os
materiais usados para resistir à corrosão em águas profundas.
“Tivemos que desenvolver muitos destes equipamentos, para testar
novos esses novos materiais, nessas novas condições. Então, muitos desses
equipamentos não existiam, nós tivemos que projetar e fabricar aqui”, conta
Oscar Rosa Matos, professor da Coppe/UFRJ.
O que essas empresas conseguem, além de diminuir a distância até
o pré-sal, é aumentar as possibilidades em um mercado de trabalho muito
promissor, que pode absorver toda a mão de obra que se formar para o setor.
“Nós não temos capacidade hoje de atender nossas necessidades. Nós
precisaríamos ter dez vezes mais técnicos do que nós temos. Nós precisávamos
ter cinco vezes mais engenheiros químicos, mecânicos, elétricos. Então, o
desafio é de um país, uma sociedade”, afirma Aufredo Laufer, gerente do parque
tecnológico.
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