Área de milho cresce e produtores de Mato Grosso apostam
em supersafra
Estado deve produzir nesta safra quase
11 milhões de toneladas de cereal.
Área destinada à cultura foi ampliada em 38,4%, segundo Imea.
"A
lavoura está bonIta e esta safra promete". A fala do produtor Nelson
Piccoli de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, reflete o otimismo do produtor
mato-grossense em relação à segunda safra de milho. Em 700 hectares, o
sorrisense espera ganhar em produção e produtividade e fechar o ano com um
saldo positivo. Piccoli planta milho no município atualmente conhecido como
maior produtor brasileiro de soja. Se com a oleaginosa o agricultor enfrentará
perdas de produtividade, no milho espera um outro cenário. Mas ele sabe que vai
precisar contar com a ajuda dos céus para garantir o bom momento à cultura do
cereal.
"Acreditamos que vai ser maior a produtividade e a produção
se o clima continuar assim", lembrou o empresário ao G1. Se
depender do entusiasmo do produtor rural do estado, dos fatores climáticos e de
um momento favorável, o agricultor deve ser responsável por colocar à
disposição do mercado uma 'supersafra' de milho safrinha em 2011/12. As
pesquisas do setor produtivo já demonstram uma tendência de alta.
Nesta
terça-feira (6), o Instituto Mato-grossense de Ecomomia Agropecuária (Imea) revisou
sua estimativa de produção e apontou para aproximadamente 11 milhões de
toneladas (10,7 mi ton) a serem colhidos em 2011/12. O resultado representa
54,3% a mais quando comparado a 2010/11, com 6,9 milhões de toneladas.
A ampliação da área também foi confirmada. Será 38,4% maior em
relação ao último ano. Evoluirá de 1,7 milhão de hectares a 2,42 milhões de
hectares. Daniel Latorraca, gestor do Imea, lembra que a corrida em torno da
produção de milho começou no momento em que se confirmaram as baixas dos
estoques do produto e acentuou a alta de preços do cereal.
"Nesta safra de milho confirmou-se a expectativa em relação
à área. Talvez o destaque seja a área maior, pois muito se falou deste
crescimento e constatamos isso. O cenário para o milho não mudou e a euforia
intensificou-se principalmente em função dos problemas no sul do país",
contextualizou Latorraca.
Os primeiros números divulgados pelo Imea em janeiro já
apontavam para uma safra recorde de milho, com uma produção de aproximadamente
10 milhões de toneladas. Com a revisão dos números, o estado deve caminhar para
imprimir sua potencialidade no milho segunda safra e alcançar cerca de 11
milhões de toneladas.
"Só não será grande safra se o clima não ajudar. Tudo leva
a crer que sim", aponta o gestor do Imea, acreditando na boa fase da
cultura.
Regiões
Todas as regiões do estado devem ganhar em produção. No nordeste mato-grossense deve incidir a maior estimativa de alta: 93%. De acordo com o Imea, os produtores devem colher neste ano 522.136 toneladas do produto contra 270.489 do ciclo passado.
Já no oeste, que em 2010/11 produziu 803.780 toneladas, deve
fechar 2011/12 em 1,49 milhão de toneladas.
Área
A área destinada ao safrinha também evoluiu em todas as regiões pesquisadas pelo Imea, com destaque para o nordeste: 75,8%, seguido pelo médio norte, com 52,2%. A nova estimativa de safra do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária demonstra que, de maneira geral, o produtor do estado reservou um espaço 38,4% maior nesta safra para o milho segunda safra. Na prática, 2,4 milhões de hectares serão utilizados.
No estado, a semeadura deste novo ciclo agrícola encaminha-se
para o fim. São mais de 95,3% semeados, conforme o último acompanhamento de
plantio divulgado pelo instituto.
Se o atraso na entrega de sementes pelas empresas aos produtores
rurais ou mesmo o plantio fora da janela considerada ideal irão atrapalhar o
desempenho final da cultura, Latorraca diz que ainda é preciso aguardar para
saber quais serão os reflexos. "Ainda é cedo", resumiu o gestor.
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