MP-ES abre inquérito para investigar desvio de dízimo na Igreja Maranata
Promotores
investigam toda a cúpula da igreja, inclusive o presidente.
Suspeita é de que R$ 21 milhões de reais podem ter sido desviados.
Suspeita é de que R$ 21 milhões de reais podem ter sido desviados.
O
Ministério Público do Espírito Santo
(MP-ES) abriu um inquérito para investigar desvio de dízimo na Igreja Maranata.
Segundo informações publicadas no jornal A Gazeta, os promotores investigam
toda a cúpula da igreja, inclusive o presidente, que negou saber de qualquer
ação para desviar dízimo, o dinheiro doado pelos fiéis.
A suspeita é de que R$ 21 milhões de reais podem ter sido
desviados. Para justificar a saída do dinheiro, notas fiscais frias teriam sido
usadas. Mais de R$ 900 mil reais foram gastos em uma papelaria, mas os produtos
no local custam muito menos.
A própria Maranata investigou e chegou a mover uma ação contra o
vice-presidente e o contador. Eles foram afastados dos cargos. Mas, para o
Ministério Público, toda a direção da igreja pode estar envolvida no desvio do
dinheiro dos fiéis. Ainda segundo informações publicadas em A Gazeta, as
investigações do MP-ES apontam para a prática de vários crimes: estelionato,
lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
A Maranata divulgou informou neste sábado (10), por nota, que
vai aguardar a apuração dos fatos. A igreja também disse que foi ela quem
começou as investigações e pediu ao Ministério Público que apurasse o caso.
Igreja Maranata processa suspeitos de desvio de dízimo milionário no ES (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Diário Oficial aponta que Governo do ES doou dinheiro à
Igreja Maranata.
Governo teria doado mais de R$ 1,2 milhão em três ano, diz Diário Oficial.
Secretaria de Saúde firmou maior parte dos convênios com a Maranata.
Dinheiro
do Governo do Estado também pode estar incluído nas doações feitas à Igreja
Cristã Maranata, em convênios firmados desde 2006. No total, foram sete
convênios e contratos, de acordo com informações do Diário Oficial. Mais de R$
1,2 milhão foi repassado, num período de três anos, à uma fundação criada pela
Igreja Maranata. O dinheiro foi usado para pagar contas de água, luz e
telefone, e também para comprar equipamentos como um mamógrafo. A maior parte
dos convênios foi firmada entre a Igreja e a Secretaria Estadual de Saúde.
O secretário estadual de saúde da época, Anselmo Tosi, divulgou
nota informando que boa parte do dinheiro público foi doado a pedido de deputados
estaduais. Segundo ele, a secretaria apenas cumpriu o que estava previsto nas
emendas parlamentares. Anselmo Tosi ressaltou ainda que cabe as instituições
prestarem contas sobre a aplicação do dinheiro. Tosi também defende que os
recursos públicos devem ser aplicados com zelo e qualquer irregularidade
investigada com rigor.
O
Ministério Público Estadual (MP-ES) também está investigando o caso. Segundo a
denúncia, o desvio pode chegar a mais de R$ 20 milhões. A igreja afastou três
pastores e um contador. O presidente da instituição foi procurado na tarde
desta terça-feira (14), mas não atendeu as ligações. O advogado de defesa,
Homero Mafra, alegou estar proibido de falar sobre o caso.
A Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), de Vitória, abriu um inquérito policial e
também investiga as irregularidades. A própria igreja entrou com ação na
justiça contra o ex-vice-presidente e o contador. Eles são acusados de comandar
os desvios de dinheiro do dízimo. A ação corre na 8ª Vara Cível de Vitória.
Leia a nota na íntegra:
O ex-secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi, esclarece que grande parte das emendas parlamentares era para a área de saúde e os recursos repassados por convênios, cabendo às instituições prestar contas, seguindo todas as exigências legais. O secretário defende que os recursos públicos devem ser aplicados com zelo e qualquer irregularidade investigada com rigor.
O ex-secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi, esclarece que grande parte das emendas parlamentares era para a área de saúde e os recursos repassados por convênios, cabendo às instituições prestar contas, seguindo todas as exigências legais. O secretário defende que os recursos públicos devem ser aplicados com zelo e qualquer irregularidade investigada com rigor.
Deputado
doou R$ 300 mil
O deputado federal Carlos Manato doou 300 mil reais a uma fundação criada pela igreja, em 2008. A doação foi confirmada pelo próprio deputado, na sexta-feira (10), por telefone, ao G1. De acordo com Manato, as doações são provenientes de fundos do Ministério da Saúde. Ele não acredita que o dinheiro tenha sido repassado à igreja.
O deputado federal Carlos Manato doou 300 mil reais a uma fundação criada pela igreja, em 2008. A doação foi confirmada pelo próprio deputado, na sexta-feira (10), por telefone, ao G1. De acordo com Manato, as doações são provenientes de fundos do Ministério da Saúde. Ele não acredita que o dinheiro tenha sido repassado à igreja.
"A chance desse dinheiro ter ido para a igreja é zero. A
fundação foi criada pela igreja, mas tem sua autonomia. Ela é gerida
diferentemente da igreja. Ela tem obras assistenciais e também de saúde, e foi
para esta área a minha doação. A fundação tem projetos de tratamento de câncer
de pele, que eu conheço bem. Tem fiéis da Maranata na fundação, mas é zero a
chance desse dinheiro ter ido para lá", afirma.
Mais suspeitas
Segundo matéria publicada no Jornal A Gazeta de sexta-feira (10), documentos de uma investigação interna apontam que um sobrinho do presidente da Igreja Maranata é dono de uma empresa de equipamentos de sonorização que prestou serviços à igreja. Nos últimos seis anos, a empresa teria recebido R$ 23 milhões. A Igreja Maranata informou que a contratação de fornecedores segue o preço de mercado e que não há nenhuma ingerência na gestão administrativa da instituição.
Segundo matéria publicada no Jornal A Gazeta de sexta-feira (10), documentos de uma investigação interna apontam que um sobrinho do presidente da Igreja Maranata é dono de uma empresa de equipamentos de sonorização que prestou serviços à igreja. Nos últimos seis anos, a empresa teria recebido R$ 23 milhões. A Igreja Maranata informou que a contratação de fornecedores segue o preço de mercado e que não há nenhuma ingerência na gestão administrativa da instituição.
Sobre a procedência das denúncias da suposta participação do
sobrinho do presidente no esquema, o advogado do grupo de ex-membros da Igreja
Maranata, que promoveu as denúncias iniciais, Leonardo Shuler, segundo
apurações, o processo vai correr em segredo de Justiça não podendo informar se
foi o grupo que ele representa que descobriu a denúncia.
Na tarde de sexta-feira (10), o advogado de defesa criminal
da Igreja Maranata, Homero Mafra, compareceu à delegacia, mas não atendeu a
imprensa.
Denúncia
A suspeita de desvio de mais de R$ 2 milhões arrecadados do dízimo pago por fiéis, além de compras superfaturadas e caixa dois, fez ex-membros da Igreja Maranata, no Espirito Santo, fazerem denúncias, que resultaram no afastamento de três pastores e um contador. A partir das denúncias, a Igreja Maranata move uma ação na 8ª Vara Cível contra o ex-vice-presidente e o contador. Entre eles, está um ex-vice-presidente da instituição, criada há 43 anos no estado e que já possui 5,5 mil templos no Brasil e em outros país.
A suspeita de desvio de mais de R$ 2 milhões arrecadados do dízimo pago por fiéis, além de compras superfaturadas e caixa dois, fez ex-membros da Igreja Maranata, no Espirito Santo, fazerem denúncias, que resultaram no afastamento de três pastores e um contador. A partir das denúncias, a Igreja Maranata move uma ação na 8ª Vara Cível contra o ex-vice-presidente e o contador. Entre eles, está um ex-vice-presidente da instituição, criada há 43 anos no estado e que já possui 5,5 mil templos no Brasil e em outros país.
O Ministério Público Estadual (MP-ES) informou que as denúncias
direcionam para diversas irregularidades. O contador suspeito de participar do
desvio Leonardo Meirelles de Alvarenga disse, em nota, que só se pronunciará
sobre a ação por meio de sua defesa. O G1 tentou contato com ex-vice-presidente
da igreja, investigado no processo, mas ele não atendeu as ligações.
Como funcionava?
Um serviço que custaria, por exemplo, R$ 5 mil, era registrado como se valesse R$ 8 mil. Segundo a denúncia, a igreja pedia nota fiscal com valor superfaturado e no acerto de contas as empresas ficaram com o valor real do serviço. Os demais R$ 3 mil, nesse exemplo, eram desviados para o ex-vice presidente da igreja ou por pessoas indicadas por ele. "Vi documentos que comprovam que o patrimônio de um dos denunciados é assustador, incompatível com o que ele ganhava”, exemplificou o ex-pastor, que preferiu não se identificar. Ele ainda disse que há evidências de que a fraude acontecia desde 2006.
Um serviço que custaria, por exemplo, R$ 5 mil, era registrado como se valesse R$ 8 mil. Segundo a denúncia, a igreja pedia nota fiscal com valor superfaturado e no acerto de contas as empresas ficaram com o valor real do serviço. Os demais R$ 3 mil, nesse exemplo, eram desviados para o ex-vice presidente da igreja ou por pessoas indicadas por ele. "Vi documentos que comprovam que o patrimônio de um dos denunciados é assustador, incompatível com o que ele ganhava”, exemplificou o ex-pastor, que preferiu não se identificar. Ele ainda disse que há evidências de que a fraude acontecia desde 2006.
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