Mudanças no Paraguai não vão
alterar acordo sobre Itaipu
BRASÍLIA - O diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Jorge
Samek, disse na sexta-feira que não há preocupação pelo lado do país em relação
às mudanças políticas recentes do Paraguai. Segundo ele, qualquer alteração no
tratado tem de ser aprovada pelos governos e Congressos de ambos os países, o
que impede que o Brasil fique refém de eventual decisão inesperada do novo
governo de Federico Franco, contrária aos interesses do sócio.
- O acordo é imune às questões políticas de ambos os lados porque
o tratado e seus anexos preveem que mudanças só ocorram se os dois governos
estiverem de acordo. Eles podem pedir, as reivindicações são permanentes, mas
nada se faz sem um acordo. Assim é, foi e continua sendo - disse ele ao GLOBO
pelo telefone ontem, de Foz do Iguaçu (PR).
Segundo Samek, o novo presidente Franco tem intimidade com o
tratado de Itaipu e exerce influência sobre diretores e conselheiros da empresa
ligados ao seu partido, o PLRA. Por isso, ele espera que alguns dos integrantes
da cúpula da hidrelétrica pelo país vizinho permaneçam na posição atual. Uma
reunião periódica do conselho de administração de Itaipu está programada para a
próxima sexta-feira.
Em seu discurso de posse, Franco citou a intenção de reforçar o
processo de industrialização do país, o que, no entendimento do governo
brasileiro, deverá implicar a manutenção da obra de uma nova linha de
transmissão de 500 kw (alta tensão) ligando a usina ao polo industrial
paraguaio.
Atualmente, o governo brasileiro consome cerca de 90% da energia
gerada pela usina e, embora a carga paraguaia seja crescente, o aumento da
produção de Itaipu mantém esse percentual constante. Neste semestre, Itaipu
deverá bater seu recorde de geração no período, atingindo pela primeira vez a
marca de 50 milhões de kWh em um semestre, prevê Samek.
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