Carne de coelho chama atenção de produtor de Buritama, SP
Produtor cria
coelho Gigante de Flandres, que chega até a 10 quilos.
Carne ainda é considerada exótica no Brasil, mas ganha o paladar europeu.
Carne ainda é considerada exótica no Brasil, mas ganha o paladar europeu.
A carne
de coelho ainda é pouco consumida no país mas, aos poucos, vem ganhando o gosto
do brasileiro. De olho no potencial desse mercado, produtores do noroeste
paulista estão investindo na criação. Em Buritama (SP),
a aposta está em uma raça belga, conhecida como gigante, que pode atingir 10
quilos.
Enquanto as outras raças atingem no máximo cinco quilos, o
coelho Gigante de Flandres pode chegar a dez e até a um metro de comprimento. O
produtor José Célio de Souza é o único produtor da raça no estado. Ele começou
a criação há quatro anos, quando adquiriu as primeiras matrizes. “Eu vi pela
internet e comprei os primeiros coelhos do Espírito Santo. Eu não vendo a carne,
nem filhotes, vendo apenas a matriz, para a reprodução”, afirma o produtor.
O gigante de flandres é originário da Bélgica. Por isso, para
produzir a raça em cativeiro, em uma região quente como o noroeste paulista,
Célio precisou desenvolver um sistema de refrigeração. “Com o calor ele pode
até ter um infarto, morrer de repente. Então elaborei um sistema que pulveriza
água e deixa o clima mais ameno”, diz.
A carne de coelho é bastante apreciada na Europa. Em alguns
países como a França e a Alemanha, o consumo anual por habitante chega a sete
quilos, bem diferente da realidade brasileira, que não atinge duzentos gramas.
Isso porque o mercado ainda considera a carne de coelho, uma carne exótica.
Produtor José Célio de Souza mostra o tamanho do coelho que cria
Mas a expectativa é de aumento do consumo nos próximos anos. Já
que a carne de coelho tem conquistado o paladar de muita gente, que procura
também uma alimentação mais saudável. O teor de colesterol é bem inferior ao do
boi e até ao do frango. Assim como o valor nutritivo que chega a 42%, contra
24% do boi e 31% do frango.
A precocidade é outra vantagem da raça. Com apenas 75 dias, o
flandres atinge dois quilos e meio. Peso ideal para o abate, já que neste
período a carne está bem macia. Célio, no momento, tem pouco mais de 100
coelhos, ele vende uma média de 20 cabeças por mês. “O preço varia de R$ 200 a
R$ 300. Já cheguei a vender por R$ 600. Compensa bastante”, explica.
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