Rio sustenta balança do país
BRASÍLIA - Em um ano especialmente difícil para a balança
comercial brasileira, o Rio de Janeiro saiu na dianteira e está sustentando o
superávit do país. Nos cinco primeiros meses de 2012, o estado apresentou
recordes de exportação, importação, saldo comercial e corrente de comércio, na
contramão do que ocorre com o resto da balança. O saldo comercial do Rio chegou
a US$ 5,1 bilhões, o que significa que, sozinho, obteve o equivalente a 81% do
superávit da balança do país.
Ao GLOBO, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres,
salientou que o Rio deve contribuir fortemente para o saldo nacional da balança,
que, ainda assim, ficará bem abaixo dos US$ 30 bilhões registrados em 2011. O
Banco Central (BC) já projeta um superávit de US$ 18 bilhões para este ano,
abaixo dos US$ 21 billhões com que trabalhava anteriormente. Enquanto o
superávit nacional caiu de US$ 8,5 bilhões para US$ 6,3 bilhões (uma queda de
25,8%) nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período de 2011, o
saldo fluminense saltou 37,4% no período - de US$ 3,7 bilhões para US$ 5,1
bilhões, puxado pelas vendas da indústria do petróleo.
- O Rio pode ampliar o superávit do Brasil, puxando as exportações
nacionais em um ano difícil para o comércio exterior - disse a secretária.
Petróleo é principal item da pauta de exportação
As exportações do estado atingiram US$ 12,7 bilhões de janeiro a
maio de 2012, valor 16% acima do mesmo período de 2011, quando ficaram em US$
10,9 bilhões. A taxa de expansão é bem superior à registrada para as
exportações brasileiras no mesmo período, que foi de 3,4%. Com isso, as
exportações do Rio de Janeiro ampliaram a participação na pauta do país de
11,6% para 12,9% nos cinco primeiros meses do ano, em comparação com 2011, uma
representatividade inédita no ranking dos estados.
O petróleo é o principal item da pauta exportadora do Rio. Gerou
receitas de US$ 8,7 bilhões nos cinco primeiros meses do ano e representou nada
menos que 68% das vendas externas do estado no período. As exportações de
petróleo subiram 14,5% em relação a 2011, o que se explica pelo preço e pelo
aumento da quantidade embarcada. Segundo o estudo do MDIC, com a exploração das
reservas do pré-sal, não há dúvida de que petróleo assumirá cada vez maior
relevância e representatividade na pauta do estado.
O principal destino das vendas fluminenses, que estão concentradas
em produtos básicos (70%), foram os EUA. As exportações para aquele país
tiveram um aumento de 78%. Em seguida, estão Arábia Saudita, China e França. Um
detalhe curioso é que as importações francesas cresceram mais de 37% nos
primeiros cinco meses do ano, em função das encomendas de helicópteros.
Mas o destaque do período, segundo a secretária, ficou com a
Índia, que comprou 130% a mais do estado em relação ao mesmo período de 2011. O
crescimento foi ainda maior para Cingapura (216%). Nos três casos, a indústria
do petróleo estimulou o crescimento expressivo.
A Argentina é o oitavo comprador da lista do Rio. As exportações
do estado para lá cresceram 42%, apesar da aplicação recente de medidas
protecionistas pelo vizinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário