sábado, 23 de junho de 2012

E O RIO? QUEM DIRIA!


Rio sustenta balança do país



BRASÍLIA - Em um ano especialmente difícil para a balança comercial brasileira, o Rio de Janeiro saiu na dianteira e está sustentando o superávit do país. Nos cinco primeiros meses de 2012, o estado apresentou recordes de exportação, importação, saldo comercial e corrente de comércio, na contramão do que ocorre com o resto da balança. O saldo comercial do Rio chegou a US$ 5,1 bilhões, o que significa que, sozinho, obteve o equivalente a 81% do superávit da balança do país.
Ao GLOBO, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, salientou que o Rio deve contribuir fortemente para o saldo nacional da balança, que, ainda assim, ficará bem abaixo dos US$ 30 bilhões registrados em 2011. O Banco Central (BC) já projeta um superávit de US$ 18 bilhões para este ano, abaixo dos US$ 21 billhões com que trabalhava anteriormente. Enquanto o superávit nacional caiu de US$ 8,5 bilhões para US$ 6,3 bilhões (uma queda de 25,8%) nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período de 2011, o saldo fluminense saltou 37,4% no período - de US$ 3,7 bilhões para US$ 5,1 bilhões, puxado pelas vendas da indústria do petróleo.
- O Rio pode ampliar o superávit do Brasil, puxando as exportações nacionais em um ano difícil para o comércio exterior - disse a secretária.
Petróleo é principal item da pauta de exportação
As exportações do estado atingiram US$ 12,7 bilhões de janeiro a maio de 2012, valor 16% acima do mesmo período de 2011, quando ficaram em US$ 10,9 bilhões. A taxa de expansão é bem superior à registrada para as exportações brasileiras no mesmo período, que foi de 3,4%. Com isso, as exportações do Rio de Janeiro ampliaram a participação na pauta do país de 11,6% para 12,9% nos cinco primeiros meses do ano, em comparação com 2011, uma representatividade inédita no ranking dos estados.
O petróleo é o principal item da pauta exportadora do Rio. Gerou receitas de US$ 8,7 bilhões nos cinco primeiros meses do ano e representou nada menos que 68% das vendas externas do estado no período. As exportações de petróleo subiram 14,5% em relação a 2011, o que se explica pelo preço e pelo aumento da quantidade embarcada. Segundo o estudo do MDIC, com a exploração das reservas do pré-sal, não há dúvida de que petróleo assumirá cada vez maior relevância e representatividade na pauta do estado.
O principal destino das vendas fluminenses, que estão concentradas em produtos básicos (70%), foram os EUA. As exportações para aquele país tiveram um aumento de 78%. Em seguida, estão Arábia Saudita, China e França. Um detalhe curioso é que as importações francesas cresceram mais de 37% nos primeiros cinco meses do ano, em função das encomendas de helicópteros.
Mas o destaque do período, segundo a secretária, ficou com a Índia, que comprou 130% a mais do estado em relação ao mesmo período de 2011. O crescimento foi ainda maior para Cingapura (216%). Nos três casos, a indústria do petróleo estimulou o crescimento expressivo.
A Argentina é o oitavo comprador da lista do Rio. As exportações do estado para lá cresceram 42%, apesar da aplicação recente de medidas protecionistas pelo vizinho.

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