Mudança climática pode custar à América Latina
US$100 bi por ano
SÃO
PAULO, 5 Jun (Reuters) - Danos causados por mudanças climáticas podem custar à
América Latina e a países do Caribe 100 bilhões de dólares por ano em 2050,
caso as temperaturas médias subam 2 graus Celsius frente a níveis
pré-industriais, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.
A região é responsável por apenas 11 por cento das emissões de
gases estufa do mundo, mas é considerada particularmente vulnerável ao impacto
de mudanças climáticas devido à sua posição geográfica e à dependência de
recursos naturais, afirma relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O banco de desenvolvimento divulgou o estudo dias antes da Rio+20,
conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sediada no Brasil sobre
desenvolvimento sustentável, marcada para 20 a 22 de junho.
O colpaso do bioma de corais no Caribe, o desaparecimento de
algumas geleiras nos Andes e algum grau de destruição na bacia Amazônica foram
danos climáticos apontados pelo relatório.
A perda líquida de exportações agrícolas na região por conta das
mudanças, por exemplo, deve ficar entre 30 bilhões e 52 bilhões de dólares em
2050.
"Perdas dessa magnitude limitarão as opções de
desenvolvimento assim como acesso a recursos naturais", afirma o
relatório.
Mas o bando ressaltou que o custo de ajudar países a se adaptarem
aos efeitos das mudanças climáticas seria pequeno se comparado ao preço dos
potenciais danos.
A instituição estima que cerca de 0,2 por cento do Produto Interno
Bruto da região, ou cerca de 10 por cento dos custos dos impactos físicos,
seriam necessários para apoiar a adaptação frente às mudanças.
Segundo o texto, as emissões de gases estufa da região caíram 11
por cento em relação ao início do século, para 4,7 bilhões de toneladas de
dióxido de carbono equivalente em 2010.
Apesar disso, o banco afirma que mais precisa ser feito na região.
Os setores de transporte e energia devem aumentar suas participações nas
emissões de gases em 50 por cento até 2050, segundo o relatório.
Estes dois setores apenas poderão contribuir com 2 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano na região, segundo o
estudo. Isso poderá elevar o total de emissões de gases estufas da região para
7 bilhões de toneladas até 2050, ou 9,3 toneladas de carbono per capita.
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