Você é médium?
O
codificador do Espiritismo, Allan Kardec (1804–1869), definiu: 'todo aquele que
sente em um grau qualquer influência dos espíritos é, por esse fato, médium'.
Ele é o porta-voz de um mundo que as pessoas desejam que exista. Isso ocorre
porque a ciência deixa de satisfazer ou atender a uma necessidade emocional. É,
portanto, um canal de alívio para muitas aflições.
O que é mediunidade?
É a
capacidade de comunicação entre homens e espíritos. Ela não escolhe credo, raça
ou condição social, é universal. Médiuns são encontrados na religião espírita,
no catolicismo e, não raro, em outras religiões que seguem normas mais rígidas.
A mediunidade existe?
O
físico francês Patrick Druot, diplomado em Física pela Universidade de
Columbia, afirma: 'não é possível dizer que a mediunidade não existe. A ciência
sabe como o cérebro funciona quimicamente, mas ainda não conhece o que faz o
cérebro funcionar nos casos mediúnicos'. Conclui-se que a mediunidade não pode
se vista apenas como algo religioso, mas um atributo biológico.
Como ocorre a mediunidade?
O
médium é capaz de produzir uma atração magnética e, como um imã, captar o campo
áurico de uma pessoa que já morreu. Ele é uma ponte entre vivos e espíritos e
experimenta fenômenos que desafiam a ciência. Toda pessoa que é dotado de
intuição e sensibilidade exerce sua faculdade mediúnica.
Qual são os sinais da mediunidade?
Por ser
mais sensível do que os outros, o médium tem com maior frequência flutuações de
humor, além de vivenciar situações estranhas e aflitivas. O primeiro sintoma da
mediunidade é a facilidade de captar energias em um determinado local. O médium
sente dores de cabeça quando está em um lugar público, torna-se irritadiço por
qualquer motivo e tem dificuldades no convívio com a família, chegando a pensar
que ninguém o entende. Todos esses sinais podem ser ou não acompanhados por
incorporações mediúnicas que ocorrem de modo consciente (98%) ou inconsciente
(2%).
Ser consciente ou não?
Quanto
maior for o espírito de luz que está auxiliando o trabalho do médium, maior
será o seu nível de consciência. Caso ocorra, a incorporação deve ocorrer de
maneira suave e harmônica, sendo o médium um portador de palavras de amor.
Como começa a incorporação?
O
médium se harmoniza, fecha seus olhos e faz uma oração. Sua mente é apaziguada
(meditação) para que, depois de alguns minutos, ocorram os arrepios, o calor, a
aceleração dos batimentos cardíacos, alguns movimentos involuntários e a
sensação de outra energia ao seu redor.
Como podemos saber se o espírito, através do médium, fala a verdade?
Das
comunicações dos médiuns e espíritos, é importante que se guarde apenas o que
existe de belo e o que a sua consciência aprove. Para saber se um espírito fala
a verdade, temos sempre que recorrer ao nosso juízo para apreciar, pois existem
sinais que permitirão descobrir até mesmo a mais simples falha.
A
distinção entre bons e maus médiuns é de certa forma simples: os bons se
espelham no exemplo de nosso maior espírita, Chico Xavier, e na vida de Jesus
Cristo.
Todos os espíritos podem ser evocados?
Sim. Os
que deixaram a vida há pouco tempo, os que viveram há anos, também os mais
conhecidos, os mais simples, os nossos parentes ou amigos. Mas é importante
deixar claro que eles nem sempre desejam fazer contato por motivos que muitas
vezes desconhecemos. De modo geral, gostam de ficar familiarizados com seus
médiuns. A faculdade de evocar os espíritos não implica para estes a obrigação
de estar sempre à disposição. Eles podem vir em certas ocasiões e não vir em
outras. Também respeitam a vontade do médium e esperam pelo momento certo.
Aconselha-se, porém, que qualquer exercício ou prática do espiritismo seja
feito em centros espíritas de confiança.
Como distinguir os bons dos maus médiuns?
Tanto
os médiuns como os espíritos podem e devem ser julgados, já orientava Kardec.
Para isso, é preciso conhecer suas vidas e hábitos particulares, como as
ideias, se são bem ou mal-educados, superficiais, orgulhosos, sérios, levianos
ou sentimentais. Os bons médiuns e os espíritos que os acompanham só dizem o
que sabem, calam-se ou confessam a sua ignorância sobre o que desconhecem. Já
os arrogantes criticam os outros como se fossem os donos da verdade. Os médiuns
ou espíritos superiores se exprimem com simplicidade e têm o estilo claro e
inteligível. Os médiuns mais arrogantes usam uma linguagem pretensiosa e agem
como ditadores. Os bons médiuns e espíritos são prudentes e só prescrevem o
bem; os maus sopram a discórdia por meio de insinuações para excitar a
desconfiança e a animosidade.
Elevação espiritual
Não
existe médium “mais forte” do que outro. Alguns podem ter um nível melhor de
percepção, mas não existe nenhum tipo de hierarquia. Todos os médiuns são
dotados de iguais capacidades e responsabilidades. Alguns podem ter mais
religiosidade em um determinado período, mas isso não significa que sejam
melhores, pois todos são espiritualmente iguais perante Deus.
Por que existem maus médiuns?
Alguns
estudiosos da espiritualidade não se desenvolvem como deveriam e sua energia
vital permanece estagnada. O resultado é que acabam fazendo contatos
espirituais distorcidos.
Os
contatos espirituais são feitos na mesma frequência energética das pessoas: as
esclarecidas recebem mensagens de luz, as intermediárias recebem mensagens
intermediárias e os médiuns instintivos recebem energias igualmente
instintivas.
É
preciso harmonizar-se e crescer espiritualmente. Só conseguimos isso quando se
criam condições apropriadas, através da leitura, orações (que nos colocam em
diálogo com Deus), estudo e meditação que se transformam em conhecimento e
sabedoria.
Qual o dever de todo médium?
O ponto
em comum de todo médium é o sentimento de ajuda ao próximo. A honestidade deve
ser o mais importante aspecto de sua vida. Deve respeitar o próximo e consolar
os que necessitam. É importante aplicar-se ao serviço do bem, convertendo-se em
um instrumento de luz para si próprio e para todos os que solicitam sua ajuda.
Quais são os tipos de médiuns?
Existem
vários tipos de médiuns, mas podemos citar:
Cura: realiza a cura através da imposição das
mãos no doente. Faz orações e cirurgias espirituais. O mais famoso é o médium
João de Deus (Abadiânia, Goiás).
Desobsessor: capaz de orientar os espíritos que não são
evoluídos, contribuindo para sua elevação.
Intuitivo: considerado o mais elevado, ele ouve, sente
e recebe o pensamento dos desencarnados de modo consciente.
Psicógrafo: escreve mensagens provenientes do plano
espiritual, auxiliado por seus mentores. Essa é a categoria do médium Divaldo
Franco e de Zíbia Gasparetto.
Psicopictógrafo: incorpora pintores desencarnados,
desenhando obras fantásticas nas telas. O mais famoso foi o médium Luiz
Gasparetto, conhecido internacionalmente.
Vidente: tem visões de cenas ou pessoas (encarnadas
ou não).
Clarividente: ele visualiza o desencarnado ou consegue
ver cenas distantes.
Psicofonia: em algumas sessões pode ocorrer a
psicofonia, na qual o médium fala como se fosse outra pessoa.
Telepata: o médium ouve a voz do desencarnado, como
se fosse uma intuição (voz interior).
Xenoglossia: falar ou escrever em outro idioma
O maior médium brasileiro: Francisco de Paula Cândido Xavier
As
visões dos espíritos começaram a surgir na vida de Chico Xavier (1910-2002)
quando ele tinha quatro anos de idade. Aos 13 anos, quando sua irmã adoeceu,
participou de uma sessão espírita e, a partir daí, começou a seguir a doutrina
espírita.
Depois
de quatro anos de estudo, Chico psicografou seu primeiro livro, Parnaso de Além Túmulo (1932). Foi a partir de então que Emmanuel,
seu mentor, passou a ditar seus livros.
Escreveu
451 livros psicografados, dos quais nunca se intitulou autor, pois apenas
reproduzia o que os espíritos ditavam. Devemos lembrar que o médium tinha
apenas o curso primário.
Atuou
nas obras caritativas por toda sua vida. Morou grande parte da sua vida em Uberaba,
Minas Gerais. Com 50 milhões de livros vendidos em vários países, traduzidos
para mais de dez idiomas, milhares de psicografias e com todos os direitos
doados, Chico escreveu incansavelmente dos anos 1930 a 1990, contribuindo para
a popularização do espiritismo.
Codificador do espiritismo: Allan Kardec (1804-1869)
O nome
verdadeiro de Allan Kardec era Hippolyte Leon Denizard Rivail. Nasceu na cidade
de Lyon, na França, morrendo em Paris em 1869. Foi o fundador e o codificador
do espiritismo. Depois de uma série de experiências, entendeu que muitas
respostas às perguntas sobre diversos problemas eram fornecidas realmente por
espíritos, sem nenhuma possibilidade de intervenção humana. Aos poucos, foi
reunindo várias informações, descobrindo uma série de leis, codificando e
publicando-as em O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, entre
outros. Seus livros foram publicados em vários países
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