Carência de engenheiros
no Brasil é a maior em 30 anos
Os cerca de
40 mil engenheiros formados anualmente no Brasil não serão suficientes para
atender à demanda de 300 mil profissionais da área necessários para obras e
investimentos previstos para os próximos cinco anos, como os da Copa do Mundo,
das Olimpíadas, do PAC e do petróleo do pré-sal. De acordo com levantamento da
Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), publicado no jornal Folha de S. Paulo deste domingo, a categoria tem piso
salarial de R$ 5.600 mil e tem grandes perspectivas de crescimento para os
próximos anos. Um cenário bastante diferente de 30 anos atrás, como no caso de
um engenheiro formado que, por não encontrar emprego, abriu uma barraca de
sucos nos anos 80.
A carreira, porém,
enfrenta o problema de evasão de alunos durante o curso, que dura no mínimo 5
anos. "Algo entre 40 e 50% dos alunos abandona o curso, que é longo e
difícil", disse, ao jornal, Guilherme Melo, 55, diretor de engenharias,
ciências exatas, humanas e sociais do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A dificuldade não espanta novos
interessados, que percebem o aquecimento do mercado: este ano, o curso de
engenharia civil da USP São Carlos desbancou o de medicina no primeiro lugar do
ranking de cursos mais concorridos da Fuvest, com 52,27 candidatos por vaga. As
empresas públicas e privadas não apenas encontram dificuldades para contratar
jovens profissionais como também especialistas sênior. Um levantamento do
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que dos
cerca de 10 mil doutores formados por ano, apenas 10% são da área.
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