quinta-feira, 21 de junho de 2012

A NOVELA DO CÓDIGO FLORESTAL CONTINUA


Ruralistas recorrem de novo ao STF contra MP do Código Florestal



Recurso, sem previsão de análise, será apreciado no plenário do Supremo.
Para deputados, medida provisória 'ofende' processo constitucional.


Após recusa do Supremo Tribunal Federal (STF) em suspender a validade da medida provisória do Código Florestal, integrantes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados recorreram nesta quinta-feira (21) da decisão.
A  MP, publicada em 28 de maio, preencheu lacunas deixadas por vetos da presidente Dilma Rousseff ao novo Código Florestal.
De acordo com o advogado Daniel Amin Ferraz, responsável pelo recurso, houve uma falha de interpretação na primeira análise do documento.

 “Nosso entendimento é que o ministro [Luiz Fux] não analisou o mérito do mandado. Apenas disse que ainda haveria tempo para as discussões na esfera política, mas entendemos que a posição da presidência é inconstitucional”, afirmou o advogado.
Como se trata de um “agravo regimental”, o recurso será julgado no plenário do STF. De acordo com a assessoria de imprensa do STF, não há data prevista para o julgamento.

Mandado de segurança

Na ação original, protocolada no dia 06 de junho, os deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária afirmavam que Dilma teria "ofendido" o processo legislativo constitucional, pois a MP não poderia ter sido editada antes de o Congresso apreciar os vetos à reforma ambiental.
Segundo os ruralistas, a Constituição proibiria ato provisório sobre tema já tratado em projeto de lei aprovado anteriormente pelo Parlamento.
O ministro do STF Luiz Fux, que julgou o mandado de segurança, refutou os argumentos dos deputados e negou o pedido de liminar no dia 12. Segundo o magistrado, não teria ocorrido abreviação do processo legislativo, como afirmavam os parlamentares. Para Fux, a edição da MP não teria "o condão de obstar" a apreciação do veto pelo Congresso.
A ação que questiona a validade da medida provisória é assinada pelos deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO), Domingos Sávio (PSDB-MG), Alceu Moreira (PMDB-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS) e Nelson Marquezelli (PTB-SP).

MP do Código Florestal

A medida provisória foi publicada no DOU no dia 28 de maio e visa suprir os vácuos deixados com os 12 vetos da presidente ao texto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados em abril.
A MP tem prazo de 60 dias podendo ser prorrogada por mais 60 - prazo total de quatro meses antes de perder a validade. Em uma demonstração de insatisfação com as alterações feitas por Dilma, os parlamentares apresentaram mais de 700 propostas de emenda à MP.
O parecer com a análise das medidas está sendo analisado por uma comissão mista formada por senadores e deputados. Nesta terça, a comissão marcou para o dia 4 de julho a entrega do parecer do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), e para 10 de julho a votação do relatório.

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