Copa Robô: o desafio de criar
máquinas que derrotem os humanos
Cidade do
México, 25 jun (EFE).- Um robô com a capacidade para vencer jogadores de
futebol em campo ainda não foi criado, mas as grandes equipes do mundo têm meio
século pela frente para economizar dinheiro e escalá-lo para o time.
"O objetivo da robótica é que em 2050 haja robôs humanoides
que tenham as mesmas características de um ser humano", declarou à Agência
Efe o chileno Pablo Guerrero, pesquisador da Universidad de Chile.
Estas máquinas, explicou Guerrero, deverão correr à mesma
velocidade e ter mais ou menos o mesmo peso que um ser humano e serão
"capazes de competir em igualdade de condições com o campeão mundial desse
ano".
Como este pesquisador chileno, cuja equipe participa da "Liga
Humanoide", outras 3,1 mil pessoas de 45 países competem em alguma das
cinco categorias da Copa do Mundo de Robôs 2012, que aconteceu recentemente na
Cidade do México.
O torneio é um museu atual de modelos robóticos que, em pequenos
campos de futebol, se movimentam sob a coordenação de cientistas que, como
manipuladores de fantoches, movimentam os fios e esperam que suas máquinas
escolham o comando adequado.
Entre as cinco categorias da Copa Robô, as câmeras de fotos dos
estudantes se voltam principalmente para a "Liga Humanoide", perante
o assombro causado pelos robôs autônomos que apresentam uma fisionomia similar
à dos humanos e são capazes de ficar de pé.
Guerrero, que se declara um apaixonado pelo futebol, disse que
nesta competição gosta tanto de ver seus robôs jogarem como do fato de que
respondam a seus comandos.
O futebol, comentou o cientista, é uma plataforma que permite
medir todas as máquinas em uma mesma tarefa e desenvolver "habilidades que
são desejáveis em um robô como a percepção dos objetos, o trabalho em equipe e
a tomada de decisões", declarou.
Os cientistas estão no futebol porque é uma "motivação"
para estudantes e para os pesquisadores, assegurou Guerrero sobre este torneio,
que atrai principalmente alunos de institutos tecnológicos do México.
O futebol autômato é jogado com robôs que refletem suas aptidões
em seus preços, variam entre 3 mil e 12 mil euros, de acordo com a tecnologia
de sensores que utilizam, detalhou o cientista chileno.
De longe, o futebol robótico e outros esportes parecem estar
engatinhando, porque seus jogadores se movimentam a uma velocidade que
comparada com a dos jogadores profissionais parece uma eternidade e,
obviamente, carecem do encanto de estrelas como Messi e Cristiano Ronaldo.
Embora o vencedor da Copa do Mundo de Robôs 2012 tenha recebido
como troféu um globo de cristal em um estojo da Louis Vuitton, os futuros
campeões mundiais de 2050 não devem se preocupar enquanto seus pares robôs
precisarem de um humano para recarregar bateria e pressionar o botão.
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