sábado, 16 de junho de 2012

O QUE ELA FALOU E OS COMENTÁRIOS SURGIDOS


Dilma a governadores: ‘não há luz no fim do túnel’




No encontro com governadores quando anunciou o programa Proinvest, que vai oferecer crédito de R$ 20 bilhões para os Estados com juros de TJLP mais 1,1% ao ano, a presidente Dilma Rousseff disse que espera contar com a parceria dos Estados para promover a retomada do crescimento do país.
“Os Estados que nos ajudaram a sair da crise em 2009, vão nos ajudar agora”, disse, ao oferecer crédito aos Estados. Mas demonstrou grande preocupação com os rumos da economia mundial. A presidente disse: “não há luz no fim do túnel”, ao falar da eleição na Grécia, no próximo domingo.
Na sua fala, o ministro Guido Mantega pediu licença à presidente para discordar do que ela disse. E foi mais longe: “Há, sim, uma luz no fim do túnel; só que é a luz de uma locomotiva que vem em sentido contrário”, afirmou o ministro da Fazenda.
A avaliação do governo brasileiro é a de que a crise hoje é mais grave do que em 2009, pois, agora, o país não vem de crescimento negativo de -0,3 como naquela ocasião e, por isso, é mais difícil acelerar. Além disso, a Europa está em crise, os Estados Unidos ainda não retomaram o ritmo de crescimento. Por isso, segundo a presidente, o Brasil precisa se movimentar tanto para aumentar o consumo quanto o investimento.
Para ela, “é uma visão elitista” a dos que acham que o Brasil já esgotou a capacidade de consumo. Segundo ela, há ainda uma demanda reprimida que pode estimular o consumo. “Mas não basta só o consumo, é preciso também assegurar mais investimento”.
Para isso, o governo oferece crédito aos Estados para que possam executar obras de infraestrutura e, assim, gerar mais emprego e mais desenvolvimento. “Que ninguém pense que é um liberou geral”, disse, manifestando preocupação com a capacidade de endividamento dos Estados e que estes recursos sejam usados para obras importantes e não para custeio.
- É um equívoco imaginar que esgotamos nossa capacidade de consumo; é uma visão elitista – disse ela, acrescentando que o Brasil tem ainda “massa de manobra” para a redução da taxa de juros e programas como o Minha Casa, minha vida, obras do PAC e programas de incentivo a bens de consumo e de capital.
A crise na Europa é que está na raiz das preocupações do governo. Segundo a  avaliação da presidente,  “a crise na Europa tende a se agravar com as eleições na Grécia”, e não se viu a retomada do crescimento nos Estados Unidos.



COMENTÁRIOS:


Está certa a aliança do PSB em São Paulo para apoio ao petista Fernando Haddad. O anúncio oficial da aliança será feito na próxima sexta-feira à tarde.
Até lá, o PSB definirá a indicação do vice para a chapa de Haddad. A primeira opção é o nome da deputada Luiza Erundina, primeira prefeita do PT em São Paulo, eleita em 1988. Está também no páreo Pedro Dallari.
Assim, fica atendido o pedido expresso do ex-presidente Lula de ter a aliança em São Paulo com o PSB, partido que até semana passada participava do governo Geraldo Alckmin.
Assim, também, tira o PT do isolamento. O PSB será o primeiro aliado do PT.


É grande a expectativa no Congresso para o depoimento do governador de Goiás,
Marconi Perillo, porque ele representa o primeiro e real embate entre as duas forças delineadas na CPI do Cachoeira: PT e PSDB. Para evitar constrangimentos e não alimentar razões que justifiquem a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico, Marconi deverá ter resposta clara sobre a venda da casa num condomínio de luxo em  Goiânia e que teve Carlos Cachoeira como intermediário.
O PSDB espera contar com a boa-vontade de  representantes de partidos aliados do governo, como PMDB, PP e até PTB a Marconi Perillo. Mas o PT, longe de um ”acórdão”, fez reunião nesta segunda-feira para traçar o roteiro de sua atuação na CPI nesta terça-feira.
- Vamos ver como ele virá. Se ele optar pelo discurso político (críticas a Lula e invocar o mensalão) estará claro que ele não tem respostas para as questões reais – disse o líder do PT, Jilmar Tato, que participou da reunião dos petistas.
Segundo pessoas próximas ao governador, ele vai levar à CPI documentos sobre a venda da casa, cópias dos cheques que recebeu em pagamento (assinados por um sobrinho de Cachoeira) e vai deixar claro que, se houve confusão, “foi com eles” – o grupo de Cachoeira e do ex-vereador Wladimir Garcez.
Na quarta-feira, será a vez do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), falar à CPI. Embora haja investigação sobre a passagem dele pela Anvisa, os petistas avaliam que a CPI não deve se afastar do foco que é investigar a ação de Carlos Cachoeira – uma tentativa de evitar a investigação sobre Agnelo Queiroz. A preocupação dos petistas com o depoimento de Agnelo, segundo um parlamentar, “é muito mais de forma do que de conteúdo”. É que Agnelo, ao contrário de Perillo, tem dificuldade para se expressar.


O governo vai lançar esta semana o edital para concessão – ou melhor, para privatização – do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro e o de Confins, na região Metropolitana de Belo Horizonte e ainda pode incluir no pacote um terceiro que pode ser o de Salvador, Recife ou Curitiba. Será no mesmo momento em que serão assinados os contratos relativos aos Aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, o de Viracopos, em Campinas e o de Brasília.
Tudo está dentro do calendário previsto pelo governo. Só que, agora, por razões econômicas e também políticas, o governo quer acelerar as obras tanto públicas quanto privadas, como as de reforma dos aeroportos, por exemplo. O objetivo do governo é assegurar mais investimentos no país.
Esta é a preocupação central da presidente Dilma e o assunto mais abordado nos tempos recentes pelo antecessor dela, o ex-presidente Lula. Dilma está focada na economia, em acelerar os invevstimentos  para tentar que, ao fim do ano, o Brasil apresente um crescimento pelo menos razoável – e não abaixo de 3%.
Já Lula tem a preocupação com o desempenho da economia, mas um olhar também para a política: ele tem dito que se a crise começar a afetar o emprego aqui no Brasil, coisa que não aconteceu até agora, os problemas políticos virão em dimensão redobrada. 2013 é o terceiro ano do mandato de Dilma. Um ano difícil para qualquer governante. É o ano em que os parlamentares aliados voltam ao Congresso ressentidos com eventuais derrotas eleitorais na disputa municipal; é o momento em que chega ao fim o chamado “período de graça” dos governantes e, assim, as críticas são mais contundentes e, por fim, é a hora em que a oposição começa se reorganizar.
Lula sabe do que fala. Foi em 2005, exatamente no terceiro ano de seu primeiro mandato que surgiu a denúncia do mensalão – que, aliás, partiu de alguém da própria base (o então líder do PTB, Roberto Jefferson). Agora ele recorda que foi a economia sua maior aliada. Naquela época, o preço dos alimentos caiu, e isso ajudou a segurar inflação – tudo enquanto o poder de compra do brasileiro aumentava. Isso ajudou significativamente na sua reeleição.
Agora, ele diz, é preciso repetir o mesmo desempenho da economia. Se o estímulo pelo consumo não dá o mesmo resultado, é preciso aumentar o investimento da União e dar aos Estados capacidade para ter maior endividamento. É por aí que Dilma vai seguir: tentar destravar as obras do PAC, renegociar dívida dos Estados e acelerar obras de infraestrutura, como a dos aeroportos, por exemplo.
Com a economia em crescimento, as crises políticas são mais amenas.

Em solenidade no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta terça (5) um pacote de medidas para comemorar o Dia do Meio Ambiente.
Nas comemorações, o anúncio de redução da área desmatada no país, em comparação com 2009 e 2010 e ainda atos para a criação de novas áreas de preservação na Amazônia e assinatura de decretos e medidas provisórias.
Também será apresentada a música-tema da Rio+20 pelo maestro João Carlos Martins.
Na conversa que teve em encontro privado no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o Rei Juan Carlos, da Espanha, pediu ajuda do Brasil em duas formas: para as empresas espanholas aqui instaladas, mas não explicitou de que forma; e a abertura da possibilidade de concessão de visto de trabalho para jovens espanhóis.
O governo espanhol procura apoio em países onde há crescimento econômico e demanda por mão de obra qualificada para empregar,  especialmente, jovens com mais de 24 anos de idade que lá estão desempregados. Na Espanha, hoje, o desemprego de jovens é da ordem de 50% nesta faixa de idade.
Para isso, o Brasil precisaria mudar a legislação para concessão do visto de trabalho para espanhóis. Dilma não respondeu ao pedido do Rei, mas este assunto está em discussão interna no governo, sem contar com entusiasmo da presidente. Porém, de início o governo se preocupa em assegurar que não abriria a possibilidade de ingresso de estrangeiros que fossem concorrer ou ocupar postos de trabalho destinado a brasileiros.
Segundo fontes do governo, a única possibilidade de o Brasil facilitar o ingresso de trabalhadores estrangeiros seria para áreas em que há carência no Brasil – citam como exemplo, médicos em regiões remotas do país ou engenheiros com especialização em áreas de carência no país –, ainda assim, com visto temporário.


O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse nesta segunda (4) que vai representar junto ao Ministério Público para que o ex-diretor-geral do Dnit, Luiz Fernando Pagot, seja ouvido sobre denúncias que ele tem feito por meio da imprensa sobre uso de caixa 2 em campanhas eleitorais pelo PSDB e pelo PT.
- Ele quer revelar crimes e o Ministério Público tem de ouvi-lo, conforme prevê o artingo 5º inciso 2 do Código de Processo Penal – disse o senador, que é procurador da República e deixou a carreira jurídica para entrar na política.
O governo, que se preocupava com a possibilidade de Pagot ser convocado à CPI, agora está menos tenso: é que as denúncias do ex-diretor do Dnit também são dirigidas ao PSDB. O temor era o de envolvimento do governo na CPI por conta de denúncias envolvendo obras do principal programa de obras do governo, o PAC.


O embate entre Lula e Gilmar Mendes está preocupando os dois lados porque há a convicção de que daí não vai sair um vencedor: Lula ficou exposto em sua movimentação sobre o julgamento do caso do Mensalão e Gilmar acabou tendo de explicar que viajou às custas do Tribunal e não com despesas pagas por terceiros (ou por um notório contraventor).
Se ao longo de seus dois mandatos Lula conseguiu ficar longe do mensalão, o maior escândalo de seus dois governos, agora ele acabou se aproximando do caso que provocou grande desgaste político à época e que ainda está muito forte na cabeça de uma fatia do eleitorado brasileiro. Ou seja, o que Lula conseguiu fazer durante o governo não está conseguindo agora: escapar da tatuagem do mensalão.
Gilmar Mendes é um ministro reconhecido como um grande constitucionalista na Corte tem uma renomada escola de Direito em Brasília  – um ministro sem reparos. Mas, agora, se resvala num caso em que arremessa adjetivos fortes contra um popularíssimo político e, recebe em troca,  a ira da militância via redes sociais.
Porém, no mundo político,  é a de que se não haverá vencedor neste duelo, o perdedor já é conhecido: o grupo de 36 pessoas que já responde como réu no caso do mensalão – exatamente as pessoas que vão ser julgadas pelos ministros do STF.
É neste contexto que já tem gente importante falando na possibilidade (até agora muito negada) de os parlamentares citados no processo – João Paulo Cunha (PT) e Valdemar da Costa Neto (PR) renunciarem ao mandato. Assim, todo o processo desceria, como se diz no Judiciário, deixando de ser julgado pelo STF para recomeçar a tramitação numa instância inferior.
Isso é tudo o que os advogados querem, mas que foi negado recentemente mais uma vez pelo STF, numa resposta ao advogado Márcio Thomaz Bastos, que é no Mensalão defende os ex-diretores do Banco Rural. Valdemar da Costa Neto sempre negou que possa adotar esse caminho, que é também uma estratégia de ganhar tempo e permitir que prescrevam alguns dos crimes citados no processo.


Ao final de seu discurso em solenidade para premiar iniciativas em favor do cumprimento de Metas do Milênio, a presidente Dilma Rousseff resolveu homenagear o ex-presidente Lula, numa clara manifestação de desagravo ao antecessor que está em conflito com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que o acusa de tratar do julgamento do caso do mensalão.
- Processos e pessoas têm uma ligação íntima. As pessoas nos lugares certos e na  hora certa mudam os processos e transformam a realidade. Por isso, eu queria, de  fato, aqui, fazer uma homenagem especial ao presidente Lula pelo desempenho e pelo seu comprometimento com o desenvolvimento e oportunidade aos mais pobres; o comprometimento internacional com o combate à pobreza que ele conhecia muito bem porque é muito parecido com o nosso. Por isso, peço reconhecimento ao presidente Lula – disse Dilma.
Imediatamente, o ministro Gilberto Carvalho se colocou de pé para aplaudir. A plateia, então, entoou o “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, o jingle da primeira campanha presidencial de Lula.
A homenagem a Lula surpreendeu os mais próximos assessores, mas foi entendida como um recado claro da presidente da afinidade da presidente com seu antecessor e padrinho político, e que precisou de um afago neste momento de embate com Gilmar Mendes.
Dilma recebe Lula para almoço no Palácio da Alvorada, tal como acontece em todas as viagens dele a Brasília. Desta vez, no entanto, ganha mais simbolismo em função do embate com o ministro do STF. No entanto, segundo assessores, publicamente Dilma não deve nada comentar e nem tomar partido, mas o gesto em favor de Lula fica claro.



A preocupação de Lula com o julgamento do caso do Mensalão, conhecida de todos no mundo político, aumentou com a chegada de 2012 – ano do julgamento e, ainda, coincidindo com as eleições municipais nas quais o PT deposita grandes esperanças de crescer, particularmente, em São Paulo, antigo território adversário. Foi a partir daí que ele incluiu o assunto em sua agenda prioritária do ano.
Fiel a seu estilo de falar muito e revelar seus passos políticos, mesmo aqueles que exigem maior discrição, Lula contou o desejo de visitar o ministro Ricardo Lewandowiski, ministro-revisor do relatório do Mensalão, um amigo de sua família. E assim fez. No começo do ano, acompanhado do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ele foi à casa de Lewandowski e, conversa-vai-conversa-vem, chegou ao assunto: quando será julgado o mensalão? Sua preocupação central…
Depois dessa conversa Lula passou a explicitar aos amigos políticos grande preocupação com a dificuldade de se deixar o julgamento para o ano que vem, Ele diz abertamente que considera inconveniente o julgamento do caso este ano. Com elogios à casa de Lewandowski, num condomínimo chique de São Bernardo, Lula relatou a um aliado a pressão que o ministro vem sofrendo para apresentar logo o seu voto-revisor. E mais: o temor de que essa pressão de opinião pública possa afetar o conjunto do julgamento.
Este é Lula. Por bravata ou relatando a realidade, ele conta a amigos os seus passos, até mesmo uns que deveriam ser inconfessáveis, como uma visita a um ministro do Supremo Tribunal Federal no ano do julgamento mais importante para sua história política – o caso que marcou negativamente o seu primeiro mandato.
Lewandowski ensaiou negar a conversa com Lula. Mas, diante dos detalhes da conversa – a companhia do prefeito e os elogios à casa – ele sorriu e disse: “ele é amigo da família”. De fato, a mulher de Lula, Marisa Letícia, foi amiga da mãe do ministro, falecida ano passado.



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