Nanopartículas inibem 100% de
metástases linfáticas em ratos
Pamplona (Espanha), 7 jun (EFE).- Pesquisadores espanhóis
elaboraram um tratamento com nanopartículas que inibe 100% das metástases
linfáticas em ratos com linfoma de manto, segundo resultado divulgado nesta
quinta-feira pela equipe de estudos formada por cientistas da Universidade de
Navarra em colaboração com o Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca.
O tratamento é feito com um remédio baseado em nanopartículas
lipídicas carregadas com o fármaco anti-tumoral edelfosina, administrado
oralmente.
A pesquisa, publicada na revista "Nanomedicine UK",
"demonstra que essas nanopartículas são capazes de se acumular nos
gânglios linfáticos e destruir seletivamente as células tumorais que lá se
encontram" e, além disso, "tornam possível a liberação do fármaco
anti-tumoral de maneira sustentada".
Este fato, unido à administração oral do remédio,
"evitaria", segundo a Universidade de Navarra, a hospitalização que a
quimioterapia tradicional requer, já que neste caso o tratamento é feito por
via intravenosa.
O estudo destaca que as nanopartículas "são capazes de atacar
as células doentes sem atingir as boas, ou seja, são fármacos seletivos e pouco
tóxicos".
O grupo de pesquisa analisou a eficácia desses nanossistemas
terapêuticos em ratos com linfoma de manto, uma doença atualmente incurável e
cuja evolução é variável em cada paciente, embora a média de sobrevivência seja
de três a quatro anos.
Os resultados do estudo indicam que uma administração de
nanopartículas de edelfosina a cada quatro dias "é tão eficaz como uma
administração diária do fármaco sem nanopartículas para a redução do tamanho do
linfoma de manto implantado em ratos", ressalta o centro.
No entanto, o resultado "mais surpreendente" da pesquisa
foi observado ao ser analisada a capacidade antimetastática das nanopartículas
com edelfosina.
"Enquanto a administração diária do fármaco sem
nanopartículas reduzia as metástases em 50%, a administração a cada quatro dias
das nanopartículas com edelfosina eliminou 100% das metástases
linfáticas", ressalta.
Estes resultados abrem uma nova porta na pesquisa e
desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e seguros contra diversos tipos de
câncer, diz a universidade, que acrescenta foram obtidos bons resultados em
cobaias com glioma, e que está sob análise a eficácia dos nanossistemas em
casos de leucemia linfoblástica aguda e câncer de mama.
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