Segredos melhor guardados da
espionagem são revelados em museu de N.York
Nova
York, 16 jun (EFE).- Os segredos melhor guardados do misterioso mundo da
espionagem foram revelados em uma exposição em Nova York, na qual se mostra que
as agências de inteligência obtêm a informação mais delicada se valendo de um
satélite espacial, uma caixa de fósforos e uma sola de sapato.
"A espionagem é uma ferramenta que os países de todo o mundo
usam para se proteger e assegurar a estabilidade das nações", disse à
Agência Efe Jim Arnemann, diretor do museu Discovery Times Square, que manterá
a exposição aberta até o dia 31 de março de 2013.
Em suas instalações nova-iorquinas se exibe a mostra, composta por
surpreendentes objetos cedidos por agências americanas como a Agência Central
de Informação (CIA), que atua fora do país, e o FBI (polícia federal
americana), que assume esta tarefa dentro dos EUA.
Aos das agências americanas se unem artefatos utilizados por
outras não menos lendárias como a da antiga República Democrática Alemã (RDA),
conhecida como Stasi, e a KGB soviética.
A lista é longa e se compõe de quebra-galhos como um robô com
forma de peixe gigante chamado Charlie e uma cápsula que permitia tirar fotos a
partir de um satélite, assim como de câmaras pequenas habilmente camufladas em
caixas de fósforos, pacotes de cigarros, torradeiras e alarmes de incêndios.
Também não faltam os dispositivos de escuta instalados pelos
serviços de inteligência tchecos nas solas de sapatos destinados a um
embaixador americano, que lembram o "sapatófono" que em uma série de
comédia de televisão dos anos 60 utilizava o superagente 86, Maxwell Smart.
Também há exemplos de que nada é o que parece ser, como uma pele
de rato na qual os espiões trocavam em Moscou dinheiro e informação, ou uma
simples casca de noz capaz de abrigar documentos microscópicos.
Alguns dos objetos, que abrangem da década de 1930 até a
atualidade, se transformaram em armas perigosas, como o machado que causou a
morte de Leon Trotsky (1879-1940) por um agente espanhol do NKVD, Ramón
Mercader, cujos óculos, quebrados na luta que travou com os guarda-costas de
Trotsky após assassiná-lo, também são exibidos nesta mostra nova-iorquina.
Outras armas não eram tão aparentes, como um guarda-chuva
idealizado pela KGB, com o qual o desertor búlgaro Georgi Markov foi morto em
1978, injetando-lhe veneno, ou um simples alfinete, também impregnado com
veneno, que os espiões carregavam escondido no interior de uma moeda de prata,
para usá-lo contra si mesmos no caso de serem capturados.
Tudo isso para lutar "contra o comunismo, o terrorismo e os
cartéis de drogas", segundo explicou à Efe Arnemann, e em palcos tão
diversos como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, ou no deserto do
Afeganistão nos meses imediatamente posteriores ao atentado contra as Torres
Gêmeas em Nova York em 2011.
"O cinema, com filmes como os de James Bond, conseguiu que a
espionagem intrigue muito o público, mas, em algumas ocasiões, a realidade é
muito mais excitante do que a ficção, e, embora este mundo não tenha calças que
explodem nem carros extravagantes, as coisas simples usadas para obter
informação às vezes as superam", comentou Arnemann.
O diretor do museu também explicou que a tecnologia se transformou
em um poderoso aliado para a espionagem, e que a grande quantidade de dados que
internet e eletrônica permitem reunir "conseguiu que as técnicas e métodos
sejam cada vez mais sofisticados".
O visitante, além disso, tem a possibilidade de entrar na pele de
um espião através de diversas propostas interativas que o transformam em agente
secreto por alguns momentos.
Entre elas a de uma cabine que distorce e filtra a voz ou um
quarto que deve ser atravessado se esquivando de uma teia de raios laser para
não fazer todos os alarmes dispararem, para assim zelar pelos segredos mais
ocultos da exposição.
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