Nova espécie de micróbio se espalha pela ação de
turistas, diz estudo
Levedura foi encontrada na
Austrália, Costa Rica e nas ilhas Galápagos.
Pesquisa mostra que migrações humanas têm influência na dispersão.
A descoberta de uma nova espécie de micróbio, identificado em três
regiões do planeta, sugere que as migrações humanas têm mais influência na
dispersão de micro-organismos do que se imaginava. A pesquisa, divulgada no
Jornal Internacional de Microbiologia Sistemática e Evolucionária, foi
realizada por um grupo de universidades, entre as quais uma instituição
brasileira.
Imagem microscópica da levedura da espécie 'Saccharomycopsis fodiens'.
Cientistas da Universidade Western, no Canadá, da Universidade Católica
do Equador e da Universidade Federal de Minas Gerais isolaram a cepa de
uma levedura da espécie Saccharomycopsis fodiens. O micro-organismo
foi extraído do néctar de flores no leste da Austrália, na Costa Rica e nas
ilhas Galápagos.
As leveduras constituem um grupo de micro-organismos unicelulares que
são encontrados no solo, em flores, frutos e no trato intestinal de animais,
entre outros locais.
Segundo
os autores, a descoberta da espécie em locais tão distantes geograficamente
fornece pistas sobre como os micróbios se espalham pelo mundo.
“Os locais de coleta de S. fodiens são compatíveis com a hipótese de que
o antigo povo polinésio migrou para o sul de Taiwan, depois para o leste, através
do Pacífico, e foi para a América do Sul levando pés de batata-doce cujas
flores transportaram insetos e leveduras semelhantes”, explicou o professor
Marc-André Lachance, autor da pesquisa e professor da universidade canadense.
Segundo Lachance, é “bastante plausível” que as migrações
humanas, juntamente com o deslocamento de plantas domesticadas ou de animais,
possam explicar a rápida dispersão de muitos micro-organismos.
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