sexta-feira, 1 de junho de 2012

VALE QUANTO PESA


Dólar encerra a semana com valorização


Moeda americana subiu 1,5%, para R$ 2,0478.
Valorização na semana foi de 2,67% e no ano foi de 9,6%.

O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (1º), após subir mais de 1% no início da sessão, em meio à piora do sentimento do investidor por causa de temores em relação ao crescimento econômico global. A moeda americana iniciou o mês de junho com valorização de 1,5%, para R$ 2,0478.
Segundo operadores, a atual aversão ao risco nos mercados deve continuar pressionando o dólar, mas o receio de que o Banco Central volte a atuar pode evitar uma alta maior da divisa. O Banco Central não atuou nesta semana, após ter intensificado sua participação no mercado na semana passada com leilões de swap cambial tradicional, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro.
No ano, o dólar acumula alta de 9,6% e na semana, de 2,67%.
"O motivo (da trajetória desta sexta-feira) é o mercado lá fora, que está muito ruim. A cesta de commodities do [índice] CRB está em forte queda e ajuda levar o dólar para cima, as bolsas americanas também tiveram fortes baixas", disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares.  

Economia internacional

A preocupação com uma desaceleração maior da economia aumentou nesta sexta-feira, após indicadores do mercado de trabalho nos Estados Unidos mostrarem uma criação menor de vagas, além de dados fracos da atividade manufatureira na China e na zona do euro. Também foram mantidos os temores em relação à Espanha e à Grécia.
A economia da China mostrou sinais de uma desaceleração mais ampla depois de pesquisas sobre seu vasto setor industrial terem mostrado fraqueza em maio. O índice oficial de gerentes de compras -que cobre as maiores e principais empresas estatais- recuou mais do que o esperado, para 50,4 em maio, a leitura mais fraca neste ano.
Na zona do euro, o setor industrial registrou em maio o ritmo mais forte de contração em quase três anos, com o Índice de Gerentes de Compras recuando para 45,1 em maio ante 45,9 em abril. O desemprego na zona do euro se manteve em 11%.
A economia norte-americana por sua vez, mostrou sinais de fragilidade após dados de emprego mostrar a criação de apenas 69 mil vagas em maio, abaixo da expectativa de criação de 150 mil postos de trabalho.
Para o operador da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares, o dólar ainda deve sofrer uma pressão de alta em função do exterior, mas caso a moeda tenha um avanço maior ou fique acima de R$ 2,05, o BC pode voltar a atuar no mercado. Nesta sexta-feira, a moeda chegou a acelerar ganhos perto do fechamento, ultrapassando apenas um pouco o patamar de R$ 2,05. A autoridade monetária preferiu não atuar na ocasião. 
PIB
O gerente de tesouraria do Banco Daycoval, Gustavo Godoy, destacou os dados de crescimento do Brasil, que mostraram que a economia do país começou o ano sem acelerar, ao contrário do que o governo esperava. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o quarto trimestre de 2011. "O investidor começa a repensar em colocar dinheiro num país que mostra crescimento baixo. Isso diminui um pouco a atratividade", disse Godoy.
Para o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira, o resultado do PIB brasileiro tem pouco impacto sobre a moeda brasileira, pois apesar de ter vindo abaixo das expectativas, tal desaceleração já era esperada. "O país deverá retomar o ritmo de crescimento nos próximos trimestres por causa das medidas de incentivo do governo", afirmou Ferreira.
O mercado esperava intervenções do BC no mercado de câmbio por meio de leilões de swap tradicional operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. "Quando o dólar se aproxima de R$ 2,03 e R$ 2,04, o investidor começa a ficar preocupado", disse Godoy, do Banco Daycoval.
A autoridade monetária atuou no câmbio de forma incisiva na última semana, ao fazer leilões de swap tradicional por quatro sessões seguidas, evitando uma valorização excessiva do dólar ante o real em meio à piora do quadro externo, mas também de movimentos especulativos.




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