Bolsas desabam em 2011 e perdem
US$ 6,7 trilhões
A incerteza sobre o futuro do euro e a volta da
crise mundial fizeram as bolsas em todo o mundo terminar 2011 com fortes
perdas, o pior resultado desde 2008 quando a quebra do Lehman Brothers fez
eclodir a pior recessão em 70 anos. Os prejuízos nos valores das ações somam
US$ 6,7 trilhões, quase três vezes o PIB do Brasil. Para 2012, todas as
previsões apontam para a volta da recessão na Europa e turbulências pelo mundo.
Após a quebra do
banco norte-americano, em setembro de 2008, governos proliferaram medidas de
incentivo, prometeram refundar o sistema financeiro internacional e, se foi
registrada uma recessão internacional, líderes se felicitaram mutuamente por
ter pelo menos evitado uma depressão, como nos anos 30.
Mas, em 2011,
descobriram que o ano de 2008 não havia terminado. A crise voltou com força e,
desta vez, foi a dívida europeia que jogou a economia mundial na incerteza.
"Em 2008, os governos agiram e injetaram bilhões para socorrer suas
economias. Agora, esse dinheiro não existe mais e, de certa forma, a crise
atual pode ser ainda mais perigosa", admitiu Pascal Lamy, diretor da
Organização Mundial do Comércio e ex-banqueiro.
O calote da Grécia, o
resgate de Portugal e Irlanda e as dúvidas sobre a Itália e Espanha atingiram
em cheio o euro, que voltou a níveis de 2010. Bancos altamente expostos nessas
economias já começaram a fechar suas torneiras. Alguns, como o Dexia na
Bélgica, foram obrigados a ser resgatados, como ocorreu em 2008. No geral, os
bancos perderam 32% do valor de suas ações no ano. Só o Bank of America perdeu
mais de 50%.
As bolsas refletiram
esse cenário de tensão. O índice mundial MSCI perdeu 9,3%. Frankfurt registrou
queda de 15%, Paris 17,6%, Milão 26% e Madri caiu em 13,7%. Atenas perdeu 61%.
Emergentes. Os emergentes
não foram poupados e, em média, perderam 20%. As exportações asiáticas e
latino-americanas já sofrem com a atual situação da economia europeia e isso se
reflete no valor das ações locais. Xangai perdeu 22%, contra 24,6% na Índia, o
segundo pior ano de sua história. Coreia do Sul, Cingapura, Austrália, Chile,
Brasil e vários outros exportadores também terminaram ano em queda. Hong Kong,
com perdas de 20%, insiste que nem a certa resistência dos países dos Brics
será suficiente para fazer as bolsas voltarem a taxas positivas em 2012.
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