Ministério do Turismo tem
desfalque milionário
BRASÍLIA - O levantamento
de gastos não justificados no Ministério do Turismo, feito pela Controladoria
Geral da União (CGU), alcançou R$ 67 milhões e revelou mais um assalto
milionário. Todos os convênios vigentes apresentam problemas, sendo que só
alguns eram "sanáveis", admite o Turismo. São 301 contratos e
convênios submetidos à Tomada de Contas Especial (TCE), o primeiro passo para
tentar recuperar recursos desviados. Apenas nos convênios investigados pela
Operação Voucher, da Polícia Federal, foi detectado desvio de R$ 4 milhões. O
ex-secretário-executivo do Turismo Frederico Silva da Costa foi parar atrás das
grades.
O
ministério informou que a crise resultou na demissão de 11 funcionários, sendo
que outro servidor de carreira teve que responder a processo disciplinar.
"O ministro do Turismo, Gastão Vieira, determinou o aperfeiçoamento das
rotinas de análise e acompanhamento de processos, modernização e transparência
das ações da pasta", informou a assessoria do ministério.
Já
o Ministério do Trabalho ainda contabiliza o estrago causado pelas
irregularidades nos programas de qualificação profissional. Porém, a pasta só
abriu sindicância para apurar a conduta de Anderson Alexandre dos Santos,
coordenador-geral de qualificação, que, segundo a revista "Veja",
cobrava propina de ONGs.
Plano
Setorial de Qualificação se tornou porta aberta a todo tipo de fraude
A
existência do esquema é negada pelo Ministério do Trabalho, porém o Plano
Setorial de Qualificação (PlanSeQ), ligado a Anderson, consolidou-se como uma
porta aberta a todo tipo de fraude. Somente um grupo de ONGs de Sergipe, que
recebeu R$ 11,7 milhões, é investigado por não executar os serviços ou
favorecer empresas ligadas às entidades.
Há
ainda fortes indícios de desvios relacionados a 26 entidades. O dono de uma
dessas ONGs, a Pró-Cerrado, forneceu uma aeronave para que o ex-ministro Carlos
Lupi (PDT) se deslocasse em atividades partidárias no Maranhão, terra natal de
seu ex-assessor, o deputado federal Weverton Rocha (PDT). O ministério informou
que o próprio Lupi pediu à Polícia Federal a investigação das denúncias.
O
Ministério do Esporte afirmou que, entre os convênios vigentes com ONGs, não há
indício de desvio de recursos públicos. Porém, apenas nos acordos em que a
União já faz cobrança administrativa de recursos gastos irregularmente, a conta
alcança R$ 28,3 milhões. Desse montante, 73% do valor foram destinados a ONGs
ligadas ao PCdoB, partido do ex-ministro Orlando Silva e do atual comandante da
pasta, Aldo Rebelo.
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Não há o que se falar em denuncismo. O pior é que agora a água bateu no nariz,
e as denúncias chegaram a indicados pela presidente Dilma, como foi o caso do
ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) - afirmou Leonardo Barreto,
referindo-se às consultorias mal explicadas de Pimentel, reveladas pelo GLOBO
desde o começo de dezembro.
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