domingo, 18 de dezembro de 2011

COLÔMBIA


Hipopótamos do tráfico aterrorizam colombianos

Quatro animais que viviam em zoológico particular de Pablo Escobar foram soltos após morte do chefão do pó, em 93. Eles agora são cerca de 30 e atacam fazendas

Rio - Se você acha que as roupas caras, joias de ouro e mulheres voluptuosas exibidas como troféus pelos traficantes cariocas já são o cúmulo da ostentação, provavelmente nunca ouviu falar da Fazenda Nápoles. Propriedade do megatraficante colombiano Pablo Escobar, que foi morto pelas forças de segurança em 1993, o local tinha até zoológico privado. Quase 20 anos depois, os quatro hipopótamos importados pelo bandido se multiplicaram e estão aterrorizando toda uma região.

Há hoje, segundo estimativas do governo da Colômbia, uma população de cerca de 30 animais, cada um pesando até 4 toneladas. Eles rompem cercas, matam animais domésticos — como bezerros — e apavoram moradores. Em 2006, um grupo de fazendeiros chegou a matar a tiros um dos machos que fugiu da ex-sede do império do traficante.

Além dos hipopótamos, Escobar também importou da África elefantes, búfalos, cangurus, antílopes, rinocerontes e girafas para a propriedade. Depois de sua morte, a maioria dos outros bichos foi doada a zoológicos. Os hipopótamos, porém, se adaptaram bem ao clima da fazenda colombiana e conseguiram sobreviver e se reproduzir na região, a 300 quilômetros da capital, Bogotá.

Ano passado, o governo chegou a montar uma equipe de veterinários para tentar localizar os animais. A empreitada virou até filme, o documentário ‘Os Hipopótamos do Tráfico’, do Discovery Channel. 

Assim como a luta contra os efeitos dos cartéis do tráfico colombianos, a tarefa dos pesquisadores é difícil: cada hipopótamo pode viver até 60 anos e há dificuldade para encontrar países africanos dispostos a receber tamanha quantidade de animais.

Traficante intimidava políticos, policiais e até juízes 

Líder do Cartel de Medellín, Pablo Escobar foi o traficante mais poderoso dos anos 80 e 90. Em 1989, a revista Forbes chegou a estimar sua fortuna em 25 bilhões de dólares, o que o situava, na época, como o sétimo homem mais rico do planeta. Sua organização criminosa chegou a ser responsável por 80% do mercado global de cocaína.

Tanto dinheiro e poder fizeram com que Escobar implantasse o terror não apenas sobre rivais, como nas próprias autoridades colombianas. Ele fez campanhas de intimidação com atentados a juízes, policiais de várias esferas e políticos, como candidatos presidenciais. Ao mesmo tempo, mantinha política assistencialista junto à população de Medellín. A influência do traficante era tão grande que ele chegou a cumprir pena de prisão dentro de uma luxuosa mansão.
Com o tempo, Escobar passou a incomodar autoridades americanas, que queriam sua extradição. Acabou morto em troca de tiros com agentes colombianos, em operação que contou com a participação dos EUA.

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