Com quase tudo pronto, Londres
espera ajuda do clima
Paul Deighton deixou um posto importante no mercado
financeiro para se aventurar na organização de uma Olimpíada. Ele era chefe de
operações do Goldman Sachs na Europa até que, depois de 22 anos no banco
norte-americano, decidiu se candidatar para uma vaga anunciada na revista The
Economist. Assim, virou o CEO do Comitê Organizador dos Jogos de Londres, cargo
que ocupa desde 2006. Agora, com toda a preparação praticamente pronta, a
torcida dele é para que a capital inglesa tenha tempo bom durante o evento que
começa em 27 de julho.
Trabalhando ao lado
do ex-atleta Sebastian Coe, um campeão olímpico que virou presidente do Comitê
Organizador dos Jogos, Deighton desempenhou um papel muito importante na
preparação para o evento, principalmente na hora de montar e controlar o
orçamento. Mesmo num período de crise econômica, ele conseguiu cumprir a meta
de levantar 2 bilhões de libras (cerca de R$ 6 bilhões) no setor privado e vem
mantendo os gastos sob controle.
"Uma das coisas
mais importantes que fizemos foi reconhecer que o sucesso estava na habilidade
do Comitê Organizador de administrar a situação financeira", conta
Deighton, em entrevista exclusiva àAgência Estado. Ele revela que já
conseguiu levantar 90% do dinheiro previsto no orçamento, faltando cerca de 200
milhões de libras (R$ 600 milhões), que se referem principalmente à receita dos
ingressos que ainda não foram liberados para venda.
Ele admite que o
orçamento do esquema de segurança da Olimpíada está subindo - deve crescer
cerca de 250 milhões de libras (R$ 750 milhões) -, mas encara o fato com
bastante naturalidade. "Segurança é uma prioridade muito importante, mas
estou confiante de que o plano que temos é excelente e alcançará seu objetivo.
Temos isso sob controle", avisa Deighton. "Estamos totalmente
comprometidos a garantir que esses Jogos sejam seguros."
Além do sucesso
orçamentário, o planejamento bem executado permitiu que as principais
instalações da Olimpíada já estejam prontas com bastante antecedência. Agora,
para que a experiência dos Jogos Olímpicos seja totalmente prazerosa, Deighton
lembra que o clima na chuvosa e fria cidade de Londres precisa estar bom. E
isso é algo que foge totalmente ao controle - uma das poucas preocupações que,
segundo ele, o Rio não terá para 2016.
"Para o sucesso
dos Jogos, é realmente importante para o país anfitrião que tenha sucesso nas
medalhas. Nossa equipe parece bem preparada, mas essa é a beleza do esporte,
não se pode garantir sucesso. Outro exemplo é o clima. Fará uma grande
diferença para as pessoas aproveitarem os Jogos se o clima estiver bom. Coisas
assim têm um impacto muito importante no resultado, mas não posso fazer nada
para garantir isso", explica Deighton.
Apaixonado por
esportes, Deighton largou o alto salário no banco por uma função com a
peculiaridade de ter prazo de validade bem definido. Depois da cerimônia de
encerramento da Olimpíada, no dia 12 de agosto, ele estará virtualmente sem
emprego. Mas isso não o preocupa no momento. "Estou tão focado em terminar
esse trabalho que não tenho espaço em minha mente para pensar no próximo",
afirma o CEO do Comitê Organizador dos Jogos de Londres.
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