Votação da Lei Geral da Copa é
adiada e fica para 2012
Novas alterações feitas pelo relator da Lei Geral
da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), e a falta de acordo entre os
parlamentares da comissão fizeram com que fosse mais uma vez adiada a votação
do tema. Com isso, ficou apenas para 2012 a decisão da Câmara sobre o projeto
que dá garantias à Fifa e que trata de diversos aspectos da realização da Copa
das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo em 2014.
Assim como ocorreu na
semana passada, Vicente Cândido voltou a fazer alterações em seu parecer. Desta
vez, ele retirou novamente dos idosos o direito a meia-entrada e os colocou de
volta na categoria 4, a chamada "cota social", na qual os ingressos
serão vendidos por cerca de US$ 25, mas ficarão restritos a lugares
determinados pela Fifa. Estudantes, indígenas, beneficiários do Bolsa Família e
quem entregar armas em campanha do ministério da Justiça também estão nesta
categoria específica para ter bilhetes mais baratos na Copa.
O ponto mais polêmico
da discussão nesta terça-feira foi sobre a responsabilidade civil da União em
relação aos eventos. Acatando um pedido da Fifa, Vicente Cândido chegou a
incluir no texto que a União poderia ter de ressarcir a entidade por prejuízos,
"independente de culpa" e causados por eventos de "qualquer
natureza". A alteração uniu oposição e governo contra o texto. O relator
chegou até a recuar da proposta, retomando o texto original do Executivo em que
não haveria ressarcimento se a culpa pelo problema fosse da Fifa. Mas, depois
disso, qualquer chance de votação já tinha acabado.
"Você só pode
votar uma lei quando há condição política para isso, inclusive o governo está
trabalhando no mesmo sentido da oposição de não garantir integralmente o que a Fifa
quer", disse Renan Filho (PMDB-AL), presidente da comissão.
Diante da nova
polêmica, o relator sequer apareceu no plenário onde a comissão se reuniria. Os
deputados concordaram não haver condições para votar e Renan Filho encerrou a
sessão sem sequer abrir o debate. Assim, a comissão se reunirá novamente apenas
em fevereiro de 2012 para debater o tema.
Além das questões
levantadas nesta terça-feira, ainda há muito polêmica sobre a venda de bebidas
alcoólicas nos estádios. A versão atual do relatório permite o comércio somente
durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Mas deputados ligados à
área da saúde querem impedir a venda de bebidas alcoólicas também nos dois
eventos, o que contraria os interesses da Fifa.
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