Um ano conturbado para Ricardo
Teixeira
Ricardo Teixeira,
presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador
da Copa do Mundo de 2014 (COL), esteve em 2011 sob fogo cruzado da justiça e da
imprensa por acusações de corrupção.
Aos
64 anos, Teixeira completou 22 à frente da CBF e seu mandato termina em 2015.
No futuro, o dirigente estaria de olho na presidência da Fifa, de acordo com o
ex-sogro João Havelange, que esteve à frente da entidade de 1974 a 1998,
"Ricardo
queria se apresentar agora, mas eu disse a ele: faz uma Copa do Mundo de
qualidade, trata todo mundo bem, e vão votar em você por agradecimento",
explicou Havelange em depoimento à revista Piauí.
Aos
95 anos, o próprio João Havelange renunciou ao cargo vitálicio no Comitê
Olímpico Internacional no início deste mês de dezembro, quando era ameaçado de
expulsão pelo envolvimento em supostos casos de corrupção.
A
Fifa pretende divulgar documentos relacionados a subornos recebidos tanto por
Ricardo Teixeira quanto por Havelange.
A
denúncia veio do jornalista da BBC Adrew Jenning, autor do livre "Jogo
sujo, o mundo secreto da Fifa".
Baseando-se
em informações da justiça suíça, Jenning explica que a empresa de marketing
esportivo ISL subornou ambos os dirigentes para conseguir os direitos de
transmissão de diversas competições.
De
acordo com o jornalista, Havelange teria recebido 50 milhões de dólares e
Teixeira, mais de 9 milhões.
"Se
a presidente Dilma ler meus documentos e checar os fatos, trocará o Comitê
Organizador da Copa do Mundo de 2014 em poucos dias. Ricardo Teixeira está
realizando a Copa no Brasil para roubar em contratos", afirmou Jenning em
outubro, em Brasília, diante da Comissão Esporte e Cultura do Senado.
Teixeira,
no entanto, resolveu contra-atacar ao convocar um nome de peso para o conselho
de administração Comitê Organizador da Copa, o ex-craque Ronaldo.
Além
de desviar a atenção da mídia, esta nomeação foi vista como uma forma de reagir
à uma iniciativa de Dilma Roussef, que em julho tinha designado o 'Rei' Pelé
embaixador do governo para a Copa sem consultar a CBF.
Ricardo
Teixeira sempre negou as acusações de corrupção e chamou de
"fanfarrão" o jornalista inglês.
Em
outubro, a Polícia Federal abriu uma outra investigação contra o presidente da
CBF por crime financeiro e lavagem de dinheiro.
Já
em maio, Teixeira foi acusado junto com outros membros da Fifa de comportamento
"incorreto e antiético", pelo ex-presidente da candidatura inglesa à
Copa do Mundo de 2018 David Triesman.
Em
depoimento ao Parlamento Britânico, Triesman citou um encontro que teve com o
presidente da CBF em 2009. Ao explicar a Teixeira que tinha ficado feliz ao
saber que o então presidente Lula via com simpatia a candidatura inglesa, o
dirigente inglês teria recebido como resposta: "Lula não é nada. Me diga o
que você tem para mim".
Também
acusado por Triesman, o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da confederação
Sul-Americana (Conmebol), teria pedido um título honorífico britânico de
Cavalheiro da Rainha. A Fifa acabou arquivando o caso por falta de provas.
Apesar
de todos os problemas que enfrentou neste ano, Ricardo Teixeira continua firme
no cargo de presidente da CBF e poucos se arriscam a prever sua saída do cargo.
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