Uma bomba
nuclear explodiria no espaço?
Será que mesmo sem oxigênio é possível fazer com
que uma bomba atômica exploda?
Com as recentes descobertas relacionadas aos asteroides que ameaçam a Terra, muitas hipóteses de como seria possível destruí-los começaram a surgir. Uma das ideias mais citadas entre as pessoas é referente à utilização de bombas atômicas para fazer com que os corpos espaciais fossem desviados ou quebrados.
Com as recentes descobertas relacionadas aos asteroides que ameaçam a Terra, muitas hipóteses de como seria possível destruí-los começaram a surgir. Uma das ideias mais citadas entre as pessoas é referente à utilização de bombas atômicas para fazer com que os corpos espaciais fossem desviados ou quebrados.
Mas será que é possível causar uma explosão nuclear
no espaço? Sem oxigênio, seria possível fazer com que os explosivos reagissem?
É  o que descobriremos neste artigo. Primeiro, vamos a uma rápida
explicação de como é o funcionamento dessas armas poderosas.
Como funciona a bomba?
Bombas atômicas, como as utilizadas no Japão (na
Segunda Guerra Mundial), não funcionam por processos de combustão, mas sim de
fissão nuclear. Por essa razão, não existe a necessidade de fogo para que sejam
detonadas. Toda a reação é feita no interior da bomba e é a partir dela que a
energia será expandida.
Há dois tipos de bombas de fissão nuclear, as por
implosão e as por pistola. Enquanto as primeiras trabalham com cargas mais
próximas ao núcleo do material radioativo, as segundas precisam de um projétil
interno – capaz de ativar as cargas explosivas. Quando ativados, os núcleos
radioativos são divididos (fissão) e a expansão acontece rapidamente, causando
um enorme aumento de pressão e a consequente explosão.
É um processo similar ao que aconteceu no “Big
Bang”: uma quantidade grande de energia encontra-se em “dormência”; de repente,
a pressão aumenta e a expansão começa. Em poucos segundos, ela já está
dominando vastas áreas. Na Terra, a explosão causa um levantamento enorme de
poeira e fogo, devido ao deslocamento de ar e calor gerado pela bomba.
É possível levá-la para o espaço?
Ogivas nucleares não são os objetos mais estáveis
do mundo (até porque elas precisam da instabilidade dos átomos para que possam
entrar em fissão para explodir), mas ao contrário do que muitos pensam,
transportá-las em altas velocidades não oferece riscos tão grandes.
Por essa razão, as ogivas poderiam ser enviadas até
o espaço de dois modos: foguetes e mísseis – ambos já testados pelas forças
armadas dos Estados Unidos durante o período da Guerra Fria. Os resultados
foram positivos (pelo menos no transporte), mas algumas consequências forçaram
o encerramento dos testes.
Os principais objetivos das nações que realizaram
as operações (Rússia e Estados Unidos) eram relacionados às interferências e
desativações de satélites inimigos, mas conforme relatado pelo How Stuff Works (em inglês), era difícil
identificar a procedência dos satélites e, por isso, muitas vezes ocorreu “fogo
amigo”.
Outro problema foi referente ao pulso
eletromagnético causado pelas explosões, que provocou panes elétricas em grande
parte do planeta. Mas a principal consequência está no futuro. Especula-se que
a radiação gerada pelas explosões permaneça sobre a atmosfera terrestre, o que
pode causar danos a missões espaciais e astronautas que sejam enviados ao
espaço.
Como seria a explosão nuclear espacial?
Como nós já dissemos, as explosões nucleares
ocorrem pela fissão das partículas, causando reações de dentro para fora. São
expansões em altíssimas velocidades, que destroem o que estiver por perto,
devido à quantidade de energia liberada. Mesmo no espaço, algo parecido com
isso poderia ser visto.
Logicamente não haveria o fogo que pode ser visto
na Terra, pois não há oxigênio para ser queimado. Mas não é por isso que a
explosão passa despercebida pelos olhos humanos. A radiação dos materiais
envolvidos está, em sua maior parte, em frequência maior do que o ultravioleta.
Mas existe também uma parte visível na expansão
radioativa e ela produz flashes que permeiam o azul e o branco (como se fosse
um azul muito claro). Segundo relatos de Bernard J. OKeefe, no livro "Nuclear Hostages" (em
que conta o que viu nos testes norte-americanos de 1962), as explosões
nucleares no espaço criaram uma aurora assustadora no céu.  
O que a NASA diz?
Em nossas pesquisas, encontramos um material
preparado pela agência espacial norte-americana (NASA) sobre o tema. No artigo
“Nuclear Weapon Effects In Space” (Os Efeitos das
Armas Nucleares no Espaço), estão explicitadas algumas das reações que as
bombas teriam ao atingir uma região de vácuo total.
Confirmando o que já dissemos anteriormente: ao
contrário do que acontece na Terra, fora da atmosfera não existe a explosão de
fogo, pois não há oxigênio. Sem ar, também não é possível que a expansão gere
calor, pois não há partículas para vibrar termicamente.
Por outro lado, a radiação não precisa de matéria
para se propagar. Na verdade, sem a presença de qualquer elemento, não existe
atenuação da radiação, que só diminui de intensidade por causa da distância.
Por essa razão, os elementos radioativos resultantes das explosões nucleares
espaciais duram muito mais tempo do que os gerados ao nível do mar.
Como você pode ver, as bombas nucleares podem
realmente explodir no vácuo do espaço. Apesar de não gerar as “explosões” como
estamos acostumados a ver na Terra, a expansão da energia que existe no material
radioativo do interior delas é capaz de causar alguns estragos.
Sem chamas ou deslocamento de ar (justamente por
não existir ar), o processo libera luzes azuis e brancas, além de dispensar uma
enorme quantidade de radiação. Por isso, se alguém perguntar se é possível
explodir uma bomba atômica no espaço, você já sabe o que responder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário