Orca branca adulta é vista 'pela primeira vez' na natureza
Cetáceo raro foi
visto perto da Península de Kamchatka, na Rússia, e recebeu o apelido de
'Iceberg'.
Uma
orca branca adulta foi vista pela primeira vez na natureza, segundo cientistas
de universidades em Moscou e São Petesburgo.
O cetáceo macho, provavelmente albino, foi fotografado perto da
costa de Kamchatka, na Rússia, e recebeu o apelido de Iceberg.
Ele parece ser saudável e vive em uma família com outras doze
orcas.
Cetáceos
brancos de várias espécies são vistos eventualmente, mas as únicas orcas
conhecidas eram jovens, incluindo uma com um problema genético raro, que morreu
em um aquário canadense, em 1972.
Nadadeira de 2 metros
O encontro com Iceberg aconteceu durante uma expedição de
pesquisa com um grupo de cientistas e estudantes russos, co-liderada por Erich
Hoyt, renomado cientista especializado em orcas, que agora faz parte da
Sociedade de Preservação de Baleias e Golfinhos (WDCS, na sigla em inglês).
'Já vimos duas outras orcas brancas na Rússia, mas elas eram
jovens, enquanto esta é a primeira vez que vimos um adulto maduro', ele disse à
BBC.
'Ele tem a nadadeira dorsal de 2 metros de um adulto macho, o
que significa que tem pelo menos 16 anos de idade. Na verdade, a nadadeira está
um pouco desgastada, então ele pode ser um pouco mais velho.'
As orcas - que também são conhecidas como baleias-assassinas,
apesar de não serem tecnicamente baleias, mas animais da família Delphinidae, a
mesma dos golfinhos - atingem a idade adulta aos 15 anos e os machos chegam a
viver 50 ou 60 anos, apesar de 30 ser a expectativa de vida mais comum.
'Iceberg parece estar bem socializado. Sabemos que essas orcas
que se alimentam de peixes ficam com as mães a vida inteira e, pelo que podemos
ver, ele está bem atrás da mãe com supostamente seus irmãos ao lado', disse
Hoyt.
Moby Dick
A causa da pigmentação incomum é desconhecida. A orca branca que
vivia em cativeiro, Chima, sofria de síndrome de Chediak-Higashi, uma doença
genética rara que causa albinismo parcial, assim como diversas complicações de
saúde.
É possível que se tente fazer uma biópsia em Iceberg, mas os
cientistas relutam em fazer isso a não ser que haja uma justificativa
importante para a preservação da espécie. Eles esperam, no entanto, observar o
animal mais de perto para, entre outras coisas, identificar a cor dos olhos do
cetáceo.
O projeto co-liderado por Hoyt, o Far East Russia Orca Project
(Ferop), foi o pioneiro no monitoramento visual e acústico nos mares de
Kamchatka e produziu diversos estudos sobre a comunicação das orcas.
As pesquisas podem ajudar a entender melhor a complexa estrutura
social das 'baleias assassinas', que inclui clãs familiares matriarcais, grupos
formados por diversas famílias ou até em 'supergrupos'.
Um projeto relacionado busca estudar e preservar o habitat para
todas as baleias e golfinhos na costa da Rússia.
Nos últimos anos, uma baleia-jubarte branca apelidada de Migaloo
gerou grande interesse na Austrália, enquanto a beluga do Ártico é naturalmente
branca.
A mais famosa baleia branca, no entanto, é a cachalote ficcional
Moby Dick, que levou o capitão Ahab à morte no livro de Herman Melville.
Nenhum comentário:
Postar um comentário