Ruralistas votarão Código Florestal como quer o governo
A
bancada ruralista concordou em votar o projeto do Código Florestal com a
obrigatoriedade de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) às
margens dos rios como quer o governo. Em entrevista nesta quarta-feira, o
presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado Moreira Mendes
(PSD-RO), afirmou que a bancada terá de aceitar a regra regimental, seguindo a
interpretação do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
Como esse ponto do projeto já foi aprovado pelos deputados,
anteriormente, e pelos senadores, Maia afirmou que o relator, deputado Paulo
Piau (PMDB-MG), não poderá mais retirá-lo do projeto. O impasse em torno desse
ponto impediu a votação do projeto na noite de ontem. Os deputados deverão
votar a proposta nesta tarde.
"Vamos ter de aceitar a votação, mas vamos apresentar um
novo projeto de lei redefinindo tudo. A maioria absoluta vai perder uma votação
para uma minoria por conta de questões regimentais", disse Moreira Mendes.
O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), integrante da bancada ruralista, afirmou
que a aprovação da proposta vai criar um problema para a presidente Dilma
Rousseff porque os pequenos produtores que têm atividades seculares nestas
áreas não terão como recompor a vegetação.
"O governo vai ganhar na votação e vai levar uma bombinha
para o colo", disse Queiroz. O deputado afirmou que a presidente Dilma
Rousseff está mal assessorada e vai perceber a necessidade de vetar esse ponto
para não prejudicar os pequenos produtores rurais. "Se isso não for
vetado, só no Pará, serão 140 mil que terão de deixar 100 metros na margem dos
rios. Eles (o governo) não estão entendendo a gravidade da questão",
completou Queiroz.
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