IBGE: Brasil não vive ainda momento de pleno emprego
Mesmo com o
"manancial de evoluções favoráveis" no mercado de trabalho em 2011,
ainda não é possível dizer que o Brasil está na posição de "pleno
emprego", na análise do gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Cimar
Azeredo. Segundo o funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), apesar da taxa de desemprego de 4,7% em dezembro do ano
passado - a menor da série histórica da pesquisa iniciada em 2002, com uma taxa
média de desemprego de 6% ao longo de 2011 (também a mais baixa da série) - as
disparidades regionais persistem.
Azeredo
lembrou que, em Salvador, por exemplo, uma das seis principais regiões
metropolitanas pesquisadas para a PME, é possível encontrar taxa de desemprego
em torno de 9% na média anual de 2011. "Além destas disparidades regionais,
temos ainda um número expressivo de números de trabalhadores sem carteira
assinada, e de trabalhadores que não contribuem com a Previdência. O pleno
emprego leva em conta outros indicadores, não somente a taxa de desocupação
(desemprego)", afirmou. "Temos muito o que melhorar ainda",
finalizou.
Em
2011, o porcentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do
mercado de trabalho foi de 48,5%, acima do apurado em 2010, de 46,3%. Isso
representou 10,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor
privado, segundo o IBGE, que anunciou hoje a (PME) de dezembro.
Em
todas as seis regiões metropolitanas pesquisadas, o porcentual de empregados
com carteira assinada no setor privado representou, aproximadamente, metade da
população ocupada, variando de 43,9% no Rio de Janeiro a 52,0% em São Paulo. A
região metropolitana de São Paulo permaneceu com a maior proporção desta
categoria (52,0%). Como consequência do aumento do contingente de trabalhadores
com carteira assinada, também aumentou o número de trabalhadores que
contribuíam para a Previdência Social. Em 2003, 61,2% das pessoas ocupadas
contribuíam para a Previdência; em 2010, 68,4% e, em 2011, esta proporção
atingiu 71,0%.
Segundo
o IBGE, a renda do trabalhador brasileiro apresentou cenário favorável em 2011,
mas as disparidades nos ganhos ainda persistem. As mulheres ganharam, em média,
28% a menos do que os homens em 2011, conforme Azeredo. No ano passado, em
média, as mulheres ganharam R$ 1.343,81 contra R$ 1.857,64 dos homens. Isso ocorre
num ano em que o rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho
principal, de homens e de mulheres, foi estimado em R$ 1.625,46. A quantia é
equivalente a aproximadamente três salários mínimos, e foi o valor anual médio
mais elevado desde 2003, 2,7% superior a 2010.
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