Raúl Castro defende partido único como proteção contra os
EUA
Líder cubano havia
anunciado também limite de tempo de mandato.
Presidente Dilma Rousseff faz a primeira visita de seu governo a Cuba.
Presidente cubano, Raúl
Castro, defendeu o sistema de partido único de seu país como um baluarte contra
o imperialismo dos EUA e disse que vai permanecer como está em um discurso
neste domingo (29) em uma conferência do Partido Comunista.
Ele
também havia anunciado anteriormente que os planos para colocar limites de mandato aos líderes do
país não são totalmente oficiais, mas podem ser colocados em prática
gradualmente.
A
conferência deste fim de semana acontece em meio a amplas reformas que deram
aos cubanos o direito de abrir pequenas empresas e de comprar e vender carros,
mas que não incluíram nenhuma promessa de mudança política significativa.
Castro usou essa linha em seu discurso quando protestou contra os EUA, inimigo
ideológico de longa data de Cuba, e seu sistema
político e disse que a ilha pretende continuar a ser um Estado de partido
único.
O Partido Comunista é o
único partido político legal em Cuba e, sob uma Constituição nacional em vigor
desde 1976, é também a suprema força orientadora da sociedade e do Estado.
"Em Cuba, com base em sua experiência na longa data na luta pela
independência e soberania nacional, defendemos o sistema de partido único em
vez da demagogia e comercialização de política", disse Castro.
Ele
disse que permitir partidos adicionais abriria as portas para a interferência
dos EUA. "Seria o equivalente a legalizar um partido imperialista em nosso
solo", disse o atual líder cubano.
Enquanto
o partido continuará inconteste, Castro disse que os líderes do país serão
limitados a dois mandatos consecutivos de cinco anos, uma idéia que ele havia
mencionado pela primeira vez em um congresso do partido em abril. Castro disse
que o partido ainda estava trabalhando nas medidas legais para os limites do
mandato, que exigirão uma mudança na Constituição, mas que a execução poderia
começar "de forma gradual, mesmo antes da Constituição ser alterada".
Ele não explicou como isso seria feito ou quando começaria.
O limite de mandato
seria uma ruptura com o passado em Cuba, onde Fidel Castro governou por 49 anos
após a revolução de 1959 e foi sucedido por Raul Castro, seu irmão mais novo. A
medida também pode ajudar a trazer sangue novo para o governo, cujos atuais
líderes são idosos e não têm substitutos óbvios.
Raul
Castro tem 80, seu vice-presidente, José Ramón Machado Ventura, 81 e Fidel
Castro, agora aposentado, mas ainda presente nos bastidores políticos, tem 85.
Bert
Hoffmann, especialista em Cuba do Instituto Alemão de Estudos Globais, em
Hamburgo, disse que a mensagem da conferência parecia ser "minimizar
qualquer expectativa que as reformas económicas poderão implicar uma mudança
política."
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