terça-feira, 31 de janeiro de 2012

VOTO LATINO NAS ELEIÇÕES AMERICANAS


Voto latino definirá vencedor das primárias republicanas na Flórida


Miami, 31 jan (EFE).- A Flórida realiza nesta terça-feira as primárias do Partido Republicano após uma intensa campanha na qual os favoritos, Mitt Romney e Newt Gingrich, cortejaram ativamente o voto latino e das quais pode sair o virtual adversário do presidente Barack Obama nas eleições de novembro.
"Acho que o vencedor na Flórida vai ganhar as primárias republicanas no final do dia", porque este estado "representa o que é o resto do país", disse hoje o senador Marco Rubio, político hispânico e republicano, em uma entrevista ao canal em espanhol da "CNN".
Embora Rubio tenha rejeitado pronunciar-se a favor de algum dos pré-candidatos, Romney se mantém na frente em intenções de voto na Flórida, segundo uma enquete divulgada hoje e que lhe dá uma vantagem de 12 pontos sobre Gingrich.
A empresa American Research Group (ARG) detalhou que 43% dos eleitores na Flórida votarão em Romney, enquanto 31% apostam em Gingrich, 13% em Rick Santorum e 9% em Ron Paul, segundo a pesquisa que realizou entre domingo e segunda-feira.
Por enquanto Romney conta com 31 delegados e Gingrich com 26. Serão necessários pelo menos 1.144 delegados para ser eleito candidato presidencial em agosto na Convenção Nacional do Partido Republicano.
No entanto, a luta pelo voto latino não foi a "mais limpa" de acordo com um estudo divulgado hoje pelo Campaign Media Analysis Group (CMAG).
"Esta foi a campanha mais negativa", sentenciou o presidente do CMAG, Ken Goldstein, ao divulgar dados que mostram que dos 11.586 anúncios transmitidos na Flórida entre 23 e 29 de janeiro, 10.633 foram negativos de ataque a outros rivais.
O mais agressivo foi Romney, com 99% de seus anúncios em tom negativo, seguido de Gingrich, com 95%.
A Flórida também foi palco de uma mudança de atitude de Romney em relação ao tema da imigração.
"Eu gosto da imigração, a imigração legal, é uma extraordinária fonte de vitalidade para a nação", disse Romney em um ato de campanha, no qual ressaltou a "enorme oportunidade econômica, política e até militar" que a América Latina representa para os Estados Unidos.
Mesmo assim, falou da necessidade de "levantar cercas" e "proteger as fronteiras", assim como "lidar com os 11 milhões de imigrantes ilegais" que vivem no país.
De acordo com a cubana Bertica Cabrera Morris, consultora de campanha de Mitt Romney no centro da Flórida, o pré-candidato era visto com receio por muitos hispânicos, mas isto mudou.
"É uma perspectiva que trabalhamos para mudar, e que na realidade tem muito a ver com as pessoas que rodeiam os candidatos", disse à Agência Efe Bertica, assegurando que "Romney já se desfez dessas pessoas" que lhe fizeram passar essa impressão no passado.
Gingrich aproveitou a Flórida também para tachar seu oponente de "anti-imigrante" e ali prometeu acabar com a imigração ilegal em cinco anos.
"É muito triste que um candidato te ataque nesses termos. Não sou um anti-imigrante; sou pró-imigrante", defendeu-se Romney em uma entrevista ao canal "Univisión".
No que Romney e Gingrich concordaram foi em sua posição em relação a Cuba, já que os cubanos são os mais numerosos entre os imigrantes latinos na Flórida. Ambos fustigaram o regime dos irmãos Fidel e Raúl Castro e prometeram tomar medidas para levar a democracia à ilha caribenha. 


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