Voto latino definirá vencedor das
primárias republicanas na Flórida
Miami,
31 jan (EFE).- A Flórida realiza nesta terça-feira as primárias do Partido
Republicano após uma intensa campanha na qual os favoritos, Mitt Romney e Newt
Gingrich, cortejaram ativamente o voto latino e das quais pode sair o virtual
adversário do presidente Barack Obama nas eleições de novembro.
"Acho
que o vencedor na Flórida vai ganhar as primárias republicanas no final do
dia", porque este estado "representa o que é o resto do país",
disse hoje o senador Marco Rubio, político hispânico e republicano, em uma
entrevista ao canal em espanhol da "CNN".
Embora
Rubio tenha rejeitado pronunciar-se a favor de algum dos pré-candidatos, Romney
se mantém na frente em intenções de voto na Flórida, segundo uma enquete
divulgada hoje e que lhe dá uma vantagem de 12 pontos sobre Gingrich.
A
empresa American Research Group (ARG) detalhou que 43% dos eleitores na Flórida
votarão em Romney, enquanto 31% apostam em Gingrich, 13% em Rick Santorum e 9%
em Ron Paul, segundo a pesquisa que realizou entre domingo e segunda-feira.
Por
enquanto Romney conta com 31 delegados e Gingrich com 26. Serão necessários
pelo menos 1.144 delegados para ser eleito candidato presidencial em agosto na
Convenção Nacional do Partido Republicano.
No
entanto, a luta pelo voto latino não foi a "mais limpa" de acordo com
um estudo divulgado hoje pelo Campaign Media Analysis Group (CMAG).
"Esta
foi a campanha mais negativa", sentenciou o presidente do CMAG, Ken
Goldstein, ao divulgar dados que mostram que dos 11.586 anúncios transmitidos
na Flórida entre 23 e 29 de janeiro, 10.633 foram negativos de ataque a outros
rivais.
O
mais agressivo foi Romney, com 99% de seus anúncios em tom negativo, seguido de
Gingrich, com 95%.
A
Flórida também foi palco de uma mudança de atitude de Romney em relação ao tema
da imigração.
"Eu
gosto da imigração, a imigração legal, é uma extraordinária fonte de vitalidade
para a nação", disse Romney em um ato de campanha, no qual ressaltou a
"enorme oportunidade econômica, política e até militar" que a América
Latina representa para os Estados Unidos.
Mesmo
assim, falou da necessidade de "levantar cercas" e "proteger as
fronteiras", assim como "lidar com os 11 milhões de imigrantes
ilegais" que vivem no país.
De
acordo com a cubana Bertica Cabrera Morris, consultora de campanha de Mitt
Romney no centro da Flórida, o pré-candidato era visto com receio por muitos
hispânicos, mas isto mudou.
"É
uma perspectiva que trabalhamos para mudar, e que na realidade tem muito a ver
com as pessoas que rodeiam os candidatos", disse à Agência Efe Bertica,
assegurando que "Romney já se desfez dessas pessoas" que lhe fizeram
passar essa impressão no passado.
Gingrich
aproveitou a Flórida também para tachar seu oponente de
"anti-imigrante" e ali prometeu acabar com a imigração ilegal em
cinco anos.
"É
muito triste que um candidato te ataque nesses termos. Não sou um
anti-imigrante; sou pró-imigrante", defendeu-se Romney em uma entrevista
ao canal "Univisión".
No
que Romney e Gingrich concordaram foi em sua posição em relação a Cuba, já que
os cubanos são os mais numerosos entre os imigrantes latinos na Flórida. Ambos
fustigaram o regime dos irmãos Fidel e Raúl Castro e prometeram tomar medidas
para levar a democracia à ilha caribenha.
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