Mercado se abre para as captações externas
As
empresas brasileiras estão aproveitando o boom de emissões de dívida para
ampliar suas captações externas a custos atrativos. Após um segundo semestre
hostil, as captações de países emergentes iniciaram o ano em grande forma. Na
semana passada, papéis de governo e empresas desses países obtiveram US$ 13
bilhões nos mercados externos, o maior volume semanal desde o início do ano
passado, segundo a Dealogic. O sinal mais claro dessa recuperação são os dois
lançamentos preparados para esta semana, da subsidiária americana da JBS nos
Estados Unidos e do banco Banrisul, companhias com risco mais elevado.
Petrobras e CSN também cogitam emissões.
Os
bancos de investimento já esperam que tanto o volume de emissões quanto o
número de operações superem o do primeiro trimestre de 2011, quando foram
captados US$ 12,245 bilhões em 16 operações de lançamento de bônus. Já se fala
em até US$ 18 bilhões em emissões nos primeiros três meses de 2012. “O apetite
está muito grande por emissões brasileiras”, diz Leandro Miranda, diretor do
Bradesco BBI.
Até
o fim do primeiro trimestre, os bancos já apostam na volta das operações em
reais, a princípio para empresas de primeira linha, como as companhias de
energia ou telecomunicações. Desde o agravamento da crise do euro, no segundo
semestre, emissões em moeda local caíram em desgraça por desvalorizações
significativas em vários países, como Brasil, África do Sul e Turquia.
“O
mercado mudou de forma muito rápida”, diz João De Biase, diretor do Itaú BBA.
Por isso, as companhias correm para repetir a estratégia que deu certo em 2011,
antecipando as captações com o receio de que tudo possa piorar novamente na
Europa.
As
cinco emissões realizadas em 2012 — incluindo a do Tesouro, que abriu o ano —
trouxeram para o país US$ 4,125 bilhões, segundo levantamento do Valor Data,
com captações da Vale, Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. A demanda foi
superior a pelo menos quatro vezes o total oferecido.
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