terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MERCOSUL


Argentina inicia novo regime de importações, apesar das críticas no Mercosul


Buenos Aires, 31 jan (EFE).- A Argentina dará início nesta quarta-feira a um novo regime para as importações de bens de consumo, dentro de uma política protecionista que suscitou polêmicas entre empresários do Mercosul.
A partir desta quarta-feira, os importadores argentinos que quiserem adquirir bens de consumo estrangeiros terão de apresentar uma Declaração Juramentada Antecipada de Importação. O documento terá de ser analisado por diversos organismos estatais, que decidirão se aprovam a operação em um prazo de três a dez dias.
Após anunciar o início deste regime há três semanas, o governo argentino argumentou que, em um contexto de crise global, a prioridade é manter um superávit comercial aproximado de US$ 10 bilhões neste ano, mediante políticas de monitoramento das importações e incentivos à produção nacional.
Mas a medida despertou polêmicas entre os demais países-membros do Mercosul, tanto entre representantes governamentais como entre dirigentes industriais de Brasil, Paraguai e Uruguai.
Após conhecer o novo regime de importação disposto por Buenos Aires, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou que as relações comerciais com a Argentina vêm sendo um "problema permanente" para o Brasil.
"A Argentina tem sido um problema permanente. Temos boas relações políticas, mas economicamente é difícil lidar com eles", disse o ministro brasileiro.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, também criticou o novo regime de Buenos Aires. Para ele, as relações bilaterais sofreram um "desgaste" com a "falta de confiança" provocada pelo protecionismo argentino.
O presidente do Uruguai, José Mujica, disse no último dia 12 que as novas "medidas protecionistas" da Argentina "vão prejudicar" o comércio com o Uruguai, mas descartou fazer alguma reivindicação formal por causa dos lucros que os turistas argentinos geram ao país em termos de divisas.
Já a delegação paraguaia no Parlamento do Mercosul apresentou na semana passada um protesto formal contra a medida argentina, classificando-a como "impensável em um projeto integrador, mas infelizmente coerente com uma administração que se distinguiu pelo excessivo apego à proteção exagerada de seus interesses, em detrimento de seus vizinhos".

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