Desmate na Amazônia quase triplica de janeiro a março de 2012, diz Inpe
Menor quantidade
de nuvens no bioma revelou mais áreas degradadas.
Governo diz que houve aumento da detecção, mas não do desmatamento.
Governo diz que houve aumento da detecção, mas não do desmatamento.
Redução do volume de nuvens sobre a Amazônia melhorou a visualização por satélite. Desmate triplicou no primeiro trimestre de 2012, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Entre janeiro e março de 2012, o desmatamento
na Amazônia Legal quase que triplicou, se comparado com o mesmo período do ano
passado.
O volume de nuvens foi menor no primeiro
trimestre deste ano, o que elevou a qualidade de visualização dos chamados
"polígonos de desmatamento".
Os dados foram divulgados pela ministra do
Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta quinta-feira (5), em coletiva realizada
em Brasília.
Segundo o sistema de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no
primeiro trimestre os satélites detectaram a perda de 389 km² da cobertura
florestal, número que é 188% maior se comparado ao mesmo período de 2011 (135
km²).
A ministra não considera que os dados não
representam um crescimento no desmate, já que, para ela, a redução da
quantidade de nuvens sobre o bioma facilitou a fiscalização feita por
sensoriamento remoto. "Não temos crise de desmatamento, como foi ano
passado, não tem aumento de desmatamento", disse.
Em fevereiro de 2011, apenas de 1 km² de
vegetação derrubada foi detectado, já que a cobertura de nuvens era de 93%.
Neste ano, o mês registrou desmate de 307 km², a maior parte no Mato Grosso
(285 km²). "Ano passado não havia desmatamento detectado porque nós não
víamos nada", disse Gilberto Câmara, diretor do Inpe.
Para Câmara, a pesquisa em campo feita pelos
órgãos de fiscalização verificou que 68% das áreas encontradas devastadas (por
desmate e queimadas) resultam de atividades ilegais ocorridas em 2011.
Estabilidade
A ministra também ressaltou que não houve aumento absoluto no desmate ao comparar o período de agosto de 2011 a março de 2012 com os mesmo meses entre 2010 e 2011.
Entretanto, chamou a atenção para a elevação
de atividades ilegais (no período, desmate subiu de 12 km² para 56 km²). O
aumento pode estar associado a uma migração de desmatadores do Pará para o
estado. Segundo Izabella, órgãos ambientais vão melhorar a fiscalização na
região.
Código florestal
Sobre as mudanças na legislação ambiental, que tramita na Câmara dos Deputados, pode também influenciar o desmatamento, de acordo com o governo. "Ainda tem gente em campo dizendo, segundo os relatos da inteligência, que você pode desmatar que vai ser anistiado".
"As equipes têm se deparado com
colocações de que o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais] não teria competência mais de fiscalizar. Não é verdade", disse
ela. Só este ano, o Ibama aplicou quase R$ 50 milhões em multas por
desmatamento na Amazônia e embargou áreas, principalmente no Mato Grosso e
Pará.

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