Orçamento de 2012 pode ter corte
de R$ 70 bilhões
A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem o
orçamento deste ano eleitoral sem ter que enfrentar o desgaste de vetar artigos
aprovados, em dezembro, pelo Congresso Nacional. A atitude já era esperada
porque todos os pleitos que implicavam aumento das despesas públicas foram
barrados pelo governo, com a liberação de cerca de R$ 300 milhões em emendas
parlamentares.
Com essa liberação,
Dilma conseguiu impedir a inclusão do reajuste do Judiciário e o aumento real
dos benefícios previdenciários de quem recebe mais do que o salário mínimo. Só
os servidores públicos do Judiciário reivindicavam um reajuste médio de 56% -
que custaria R$ 7,7 bilhões em 2012.
No caso dos
aposentados, o governo se comprometeu a negociar uma política de valorização
real dos benefícios, como já é feito com o salário mínimo, para garantir o
poder de compra desses beneficiados.
O discurso dos
aliados do governo para conter aumento de salário é que em ano de crise
econômica mundial é preciso por o pé no freio nos gastos públicos.
O Orçamento 2012
prevê receita total de R$ 2,150 trilhões. Como o refinanciamento da dívida
pública leva R$ 655 bilhões, o valor cai para R$ 1,602 trilhão. Estão previstos
investimentos de R$ 79,7 bilhões, valor 37,58% maior do que a proposta
encaminhada pelo Executivo (R$ 57,93 bilhões). Desses R$ 79,7 bilhões, R$ 42,4
bilhões serão destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Já os
gastos com pessoal estão estimados em R$ 203,24 bilhões.
Cortes
Com a sanção da peça
orçamentária, a equipe econômica agora se prepara para cortar despesas - uma
operação que precisa chegar a R$ 70 bilhões, para cumprir a meta estabelecida
para pagamento de juros.
Dentre as concessões
feitas pelo relator-geral do Orçamento, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)
para garantir a aprovação da peça está o aumento de R$ 3,4 bilhões para R$ 3,9
bilhões da previsão de recursos para compensação dos Estados exportadores
prejudicados com a Lei Kandir.
Além disso, ele
elevou de R$ 900 milhões para R$ 1,4 bilhão a verba do seguro agrícola e
reforçou em R$ 170 milhões os investimentos para o Rodoanel em São Paulo. O
deputado liberou ainda R$ 50 milhões para demandas de investimentos das
bancadas do Ceará, Minas Gerais e Paraíba. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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