FMI vê risco de
"superaquecimento" na economia brasileira
A economia brasileira, que no ano passado teve um
crescimento modesto de 2,7%, crescerá neste ano 3%, mas depois do relaxamento
de sua política monetária encara um risco de "superaquecimento",
indicou nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em seu relatório "Perspectivas Econômicas
Globais", o FMI assinala que, da mesma forma que outros exportadores de
matérias-primas na América Latina e no Caribe, o Brasil registrou uma moderação
da forte demanda interna "quando as políticas macroeconômicas mais
ajustadas começaram a dar frutos e o contexto externo se enfraqueceu".
De acordo com o relatório, após essa fase o Brasil
já afrouxou sua política monetária e, "combinadas, estas forças significam
que os riscos de superaquecimento voltaram". "O crédito elevado e o
crescimento das importações indicam que os riscos de superaquecimento não estão
completamente sob controle e podem voltar a emergir", alerta o FMI.
Para o ano que vem, o FMI calcula que o Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 4%. A inflação, que em 2011 foi de 6,6%
no País, se atenuará um pouco neste ano, com um aumento de preços de 5,2%, e em
2013 será de 5%. No ano passado, os brasileiros tiveram um índice de desemprego
de 6% de sua força de trabalho. Segundo o FMI, essa taxa se repetirá neste ano,
e no próximo subirá para 6,5%.
Emergentes
A China e as economias emergentes da Ásia enfrentarão um crescimento econômico mais lento em 2012 e 2013 devido a uma fraca demanda externa, e o afrouxamento de políticas feito por outros países asiáticos deve ajudar a garantir uma desaceleração suave, informou o FMI. O relatório projeta que a China crescerá 8,2% este ano e 8,8% em 2013, sem alterações em relação ao relatório de janeiro, que cortou projeções divulgadas em setembro.
Espera-se que a economia da Índia tenha expansão de
6,9% em 2012 e de 7,3% no ano que vem, crescendo levemente abaixo da projeção
revisada de janeiro, como resultado de uma demanda fraca e taxas de juros mais
altas, disse o FMI. As economias emergentes da região sofreram com repercussões
em 2011 da crise da dívida da zona do euro, que prejudicaram as exportações
para a Europa e também apertaram o crédito comercial e projetos financeiros, o
que os bancos europeus foram obrigados a restringir, disse o relatório.
Uma escalada da crise da dívida da
zona do euro poderá diminuir a produção de países emergentes da Ásia em 1,25%,
disse o FMI, que também alertou sobre os riscos do aumento dos preços de
petróleo devido às tensões no Oriente Médio. Como um todo, as economias
emergentes devem crescer 7,3% este ano e 7,9% em 2013, disse o fundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário