Governos pedem combate à
corrupção para aumentar o bem-estar público
Brasília, 17 abr (EFE).- O combate à corrupção é fundamental para
melhorar as condições de vida das pessoas, coincidiram os governantes que
participaram nesta terça-feira em Brasília da abertura da conferência anual da
Sociedade de Governo Aberto.
"O bom uso dos recursos públicos, a eficácia e combate à
corrupção são duas faces da mesma moeda que devem caminhar juntas", disse
a presidente Dilma Rousseff em seu discurso diante dos representantes de 55
países que fazem parte do fórum, uma iniciativa para incentivar a
transparência.
No ato, no qual foi copresidente ao lado da secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, Dilma garantiu que a transparência tem de ser
avaliada pelo resultado que as ações públicas causam na vida das pessoas.
Em sua opinião, entre maior transparência e menor corrupção, mais
recursos são restam para investimento no bem-estar da sociedade.
A Sociedade de Governo Aberto (OGP, na sigla em inglês), cujo
primeiro encontro anual de alto nível ocorrerá até quarta-feira em Brasília, é
uma iniciativa multilateral com o objetivo de combater a corrupção e favorecer
a transparência.
A iniciativa foi lançada em setembro em Nova York durante a
Assembleia Geral da ONU por Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, e está aberta a todos os Governos que queiram aderir voluntariamente.
O número de países comprometidos com as políticas de "Governo
aberto" passou dos oito fundadores para 55 atualmente, e chegará a 97
nesta quarta-feira, quando for formalizada a adesão de 42 novos membros.
No encontro de hoje também participaram o presidente da Tanzânia,
Jakaya Kikwete; o primeiro-ministro da Geórgia, Nikoloz Gilauri, e o segundo
vice-primeiro-ministro da Líbia, Omar Abdallah Abdelkarim, assim como os
ministros das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Paet; Letônia, Edgars
Rinkevics, e Libéria, Augustine Ngafuan.
"A qualidade do gasto público exige que o recurso chegue ao
cidadão pelo montante que é devido, que não se desvie pelo meio do caminho e
abasteça canais de corrupção e isso tudo na forma de bons e adequados
serviços", afirmou Dilma em mensagem repetida pelas outras autoridades.
O primeiro-ministro da Geórgia ressaltou que seu país conseguiu
reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar da população desde que começou a
investir em medidas para favorecer a transparência.
"Até 2003 vivíamos em um Estado corrupto. Apesar de desde
então não termos descoberto nenhuma grande jazida, nem termos sofrido grandes
mudanças na economia, conseguimos melhorar a qualidade de vida da população. A
razão é que a adoção de um Governo aberto nos permitiu derrotar a corrupção e
utilizar melhor os recursos no combate à pobreza e a geração de empregos",
detalhou o governante.
Já para o presidente da Tanzânia, as medidas adotadas por seu
país, como a participação da população nos debates no Congresso e a implantação
de um "Governo eletrônico", garantem que os recursos públicos sejam
realmente investidos na melhoria de vida da população.
"Sabemos que a corrupção mata o potencial de um país",
declarou por sua vez a secretária de Estado americana, para quem "a
abertura é a cura contra a corrupção".
Para Hillary, "no século 21 as divisões mais significativas
entre nações não serão norte-sul, leste-oeste, religião e outras categorias,
mas se são sociedades abertas ou não".
Alertou, também, que aqueles países que se "escondem da visão
aberta" terão dificuldades para manter a paz e a segurança, enfrentarão
barreiras crescentes para prosperar e, "neste mundo de internet, serão
deixados para trás".
A principal ferramenta da Sociedade de Governo Aberto é a troca e
o debate das experiências bem-sucedidas dos Governos membros para divulgar
informações fiscais e orçamentárias; prestar contas e combater a corrupção.
"Esta 'Sociedade' representa um novo fórum de relações
multilaterais onde todos os países têm a aprender e a ensinar", resumiu
Dilma.
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