Exposição revela talento de quem nunca pensou em ser
artista
Um dos
institutos de arte mais tradicionais de São Paulo abriu os salões para a mostra
"Teimosia da Imaginação".

Um dos institutos de arte mais tradicionais de São Paulo
abriu os salões para quem nunca pensou em ser artista. E o resultado é de
encher os olhos.
Eles
nunca estudaram arte, simplesmente se descobriram artistas.
“O povo
disse que eu era artista, eu acreditei”, conta Getúlio Damado.
O banco
de duas cabeças de Antonio de Dedé. A escultura fantástica de Manoel Galdino. A
dona dos peixes de Nilson Pimenta.
É a mais
genuína arte popular brasileira, repleta de causos e histórias.
“O
verdadeiro sistema meu é pintar o homem do campo. É meu pai, meus irmãos
trabalhando na enxada. É uma arte com história. A gente faz porque a gente
viveu. Eu pinto o que eu vivo. Eu pinto a minha vida”, diz o artista Nilson
pimenta.
Essa
expressão do sertão e da floresta que já foi chamada de arte primitiva ganhou
novo status no mercado. Daí a exposição que reúne 100 obras em um dos mais
renomados espaços de arte contemporânea de São Paulo.
“A
qualidade desses trabalhos, independente da não educação formal dos artistas,
ele tem a mesma qualidade do artista contemporâneo”, explica a curadora da
mostra Germana Monte-Mór.
O nome da
mostra é "Teimosia da Imaginação", o que reflete bem a história dos
artistas. Todos vieram de famílias pobres, muitos são analfabetos e nenhum viu
nessas dificuldades uma limitação para criar.
A
teimosia rendeu projeção e hoje eles vivem da arte. Algumas obras são
negociadas por até R$ 70 mil, como as do escultor Jadir João Egídio.
As
mulheres de barro de Isabel Mendes estão no acervo da Fundação Cartier, em
Paris. E é para lá que vão as obras de seis artistas da mostra, no mês de maio.
“Parece
que eu tenho um mundo dentro de mim. Sou aquele cara que joguei a enxadinha
para lá. Deus vai me ajudar que eu vou viver da criatividade. Estou até hoje
vivendo da minha cabeça, do que penso”, completa o artista Nilson Pimenta.
Exposição
vai ficar até o dia 13 de maio no Instituto Tomie Ohtake.
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