Argentina pretende congelar importações
Preocupado com um déficit crescente nas contas externas e sem
acesso a crédito internacional, o governo argentino quer congelar as
importações, segundo avaliação de dirigentes empresariais. Estudo da
consultoria Carlos Melconian estima que as barreiras já adotadas pelo país
reduzirão em US$ 1 bilhão por mês as compras externas em 2012. Em 2011, a
Argentina importou o equivalente a US$ 73,9 bilhões, 31% mais que no ano
anterior. Agora, o governo quer segurar o resultado deste ano em torno desse
valor.
Embora tenha alcançado superávit de US$ 10,3 bilhões no ano
passado, o mercado argentino registrou déficit em 65 dos 99 capítulos da
nomenclatura do comércio internacional. Os 34 itens superavitários somaram
saldo de US$ 51,6 bilhões, sendo que metade correspondeu às divisas geradas
pelo complexo soja. Outros US$ 9,1 bilhões foram provenientes da venda de
cereais e subprodutos. O comércio de frutas rendeu US$ 3,1 bilhões e o de ouro,
US$ 2,8 bilhões.
As medidas de controle tendem a afetar principalmente as compras
de máquinas, motores e aparelhos elétricos, além de produtos eletrônicos, que
vêm registrando os maiores déficits da balança comercial. Segundo a
consultoria, outras medidas de restrição às importações, além das barreiras já
anunciadas, serão adotadas. “Estão sendo preparadas barreiras no comércio de
serviços e nas operações financeiras, como a remessa de lucros e dividendos”,
diz o texto da empresa.
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