No RS, estiagem causa prejuízo em lavouras de soja, milho
e arroz
Estado deve colher cerca
de 18,5 milhões de toneladas dos grãos.
Soja, milho e arroz são as principais culturas de verão do RS.
A chuva
no Rio Grande do Sul não foi
suficiente para amenizar os problemas da estiagem registrada há vários meses em
algumas regiões do estado. A região de Cruz Alta, uma das que mais produz grãos
no estado, é uma das mais prejudicadas pela seca.
O agricultor Maurício de Bortolli diz que as chuvas foram
isoladas e irregulares. Nas áreas onde o volume de água foi maior, as plantas
recuperaram um pouco o potencial produtivo. "A soja conseguiu emitir um
número expressivo de flores. Se continuar regularizando a chuva até o mês de
março, ela conseguirá compensar um pouco o potencial produtivo que perdeu entre
os meses de novembro e dezembro. Nessa lavoura, se tudo correr bem até o final
do mês de março, que é a expectativa de colheita, previsão é de colher de 30 a
35 sacas por hectare. Em um ano bom, a região tem potencial para cerca de 55 a
60 sacas tranquilamente”, explica.
Na propriedade em Fortaleza dos Valos a chuva será importante
nos próximos dias. A soja está no início do desenvolvimento porque teve de ser
semeada novamente depois que um incêndio destruiu o primeiro plantio que havia
sido feito. O agricultor Moacir Medeiros acredita que um toco de cigarro jogado
da beira da estrada pode ter provocado o incêndio. Ele lembra que o tempo seco,
a grande quantidade de palhada no solo e o vento ajudaram para que as chamas
devastassem a lavoura rapidamente. "Em questão de meia hora queimou 58
hectares", calcula.
Como o solo perdeu nutrientes e o plantio foi feito fora da
época recomendada, o produtor sabe que não terá uma grande colheita, mas espera
ao menos bancar parte dos custos da safra. "O ideal era que chovesse de 15
a 20 milímetros por semana, aí a gente poderia ter uma produtividade de até 30
sacas por hectare”, avalia.
O Rio Grande do Sul deve colher cerca de 18,5 milhões de
toneladas de soja, milho e arroz, as principais culturas de verão. Dulphe
Pinheiro Machado Neto, agrônomo da Emater/RS, explica que o arroz deve perder
em torno de 7%, o milho 42% e a soja 22%.
Seca causa queda na produção de grãos principalmente no
RS e PR
Levantamento da Conab
prevê redução de 5 milhões de toneladas na safra.
Para o IBGE, a produção deverá ficar em 158,7 milhões de toneladas.
A CONAB - Companhia Nacional de
Abastecimento, prevê uma safra de 157 milhões de toneladas, com redução de
cinco milhões em relação à safra anterior. A soja cai 8,1% e o arroz, 17,9%.
A seca causou a queda na produção de grãos. O problema climático
afetou principalmente o Rio Grande do
Sul e o Paraná, onde na estiagem as lavouras estavam em fase de
floração e frutificação.
“A estiagem vem se acentuando desde novembro e principalmente a
partir de meados de dezembro nós tivemos um comportamento de déficit hídrico
muito acentuado nos estados do Sul e no Mato Grosso do Sul”, explica Sílvio
Porto, diretor de política agrícola da Conab.
O milho contribui para que esta safra não seja ainda menor. A
produção deve crescer 6%, ou seja, ficar em 3,4 milhões de toneladas.
“Foi a expectativa de bom preço da questão do milho. O produtor
se motivou, plantou mais e isto foi de uma forma geral. Segundo foram as
condições de crescimento em parte do processo de tecnologia. O uso maior de
fertilizantes tem crescido, mas também as condições climáticas nessas regiões
têm favorecido o aumento da produção do milho da segunda safra”, diz Caio
Rocha, secretário de política agrícola – Mapa.
O IBGE também
divulgou uma estimativa para a safra de grãos. Para o instituto, que adota o
calendário de janeiro a dezembro, a produção deverá ficar em 158,7 milhões de
toneladas.
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