Ministério Público diz que reajuste de
plano de saúde antigo é abusivo
O
Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) entrou com recurso contra
decisão da Justiça que mantém o aumento das mensalidades dos planos de saúde
contratados antes de 1999 - conhecidos como "antigos" - por
beneficiários da Sul América, Bradesco Saúde, Golden Cross, Itauseg e Amil. As
informações foram divulgadas nesta quarta-feira.
No
entanto, os usuários desses planos devem aguardar a decisão final da Justiça,
em última instância, para saber se poderão ter o valor das mensalidades corrigidas.
Em 2004 e
2005,a mensalidade dos planos, que foram contratados antes da vigência da lei
que regulamenta o setor e que não foram adaptados a ela, foram reajustadas de
acordo com percentual autorizado pelo órgão que regulamenta o setor, a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Para o
MPF, os reajustes aplicados são abusivos. O órgão questiona a metodologia
utilizada pelos convênios médicos para fazer o cálculo do reajuste. Segundo o
MPF, em 2004, o valor dos reajustes foi estipulado separadamente para cada
operadora e em 2005, a empresa com desempenho considerado mais eficiente,
segundo critérios da ANS, escolheria o valor de reajuste padrão, que seria
cobrado para todas as operadoras.
Com isso,
diz o Ministério Público, em 2004, os clientes da Sul-América pagaram reajuste
maior do que outros beneficiários das demais operadoras (26,10%, enquanto que
os consumidores do plano Bradesco tiveram reajuste 25,80%), mas não foram
ressarcidos depois em outros reajustes anuais.
O MPF-RJ
diz ainda que em 2005 os consumidores desses planos tiveram que desembolsar
quantia cerca de 20% maior em relação ao ano anterior, porque as operadoras de
saúde repassaram uma "compensação" de lucros esperados e não obtidos.
A ANS informou que não comenta
decisões judiciais.
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