Estudo aponta risco de anticoncepcional da Bayer
A Bayer
HealthCare Pharmaceuticals informou que atualizou as bulas dos
anticoncepcionais contendo drospirenona nos Estados Unidos, seguindo a
determinação do órgão regulador americano. O novo texto alerta que o
medicamento com esse hormônio pode estar associado com "risco mais
elevado" de tromboembolismo venoso (TEV) do que outros remédios. No
Brasil, o laboratório comercializa os anticoncepcionais Yaz e Yasmin com esse
hormônio.
A empresa, no entanto, ressalta que "dados clínicos de
período de mais de 15 anos e os resultados de estudos de segurança realizados pós-comercialização
de até 10 anos" reforçam a conclusão da companhia de que os medicamentos
são "seguros e eficazes quando utilizados conforme orientação
médica". A Bayer também atualizou as bulas no Canadá, na Austrália e em
países da Europa, a pedido de órgãos reguladores locais. Mas isso não deverá
ocorrer no Brasil, informa a assessoria de imprensa da empresa, sem que a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determine a mudança.
A agência brasileira informou que, quando os estudos foram
publicados, no ano passado, os médicos foram convocados a denunciarem a
formação de coágulos sanguíneos relacionados ao uso de drospirenona. Em seis
meses, nenhum episódio foi relatado.
A agência informa ainda que tem acompanhado o caso e solicitou
os estudos à FDA. "Até o presente momento, não houve sinal de risco
sanitário identificado no âmbito do Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária - Notivisa".
O vice-presidente do departamento de Doenças Cerebrovasculares
da Associação Brasileira de Neurologia (Abneuro), Rubens Gagliardi, lembra que
todo anticoncepcional tem risco de facilitar a trombose, que pode levar ao
Acidente Vascular Cerebral (derrame). "Esse tipo de suspeita (risco maior
de provocar o coágulo sanguíneo) merece um estudo aprofundado, com segmento
populacional grande, por três ou quatro anos. O risco de AVC é muito sério. Se
for comprovado, deve ser divulgado na bula, sim".
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