sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

FIM DAS PORTAS GIRATÓRIAS NOS BANCOS


Fim das portas giratórias nos bancos gera polêmica em São Paulo


Em muitas agências, as portas giratórias já desapareceram. Aos poucos, isso deve acontecer com mais frequência. A medida divide opiniões.


Tem novidade nos bancos. As portas giratórias, aquelas com detector de metal, aos poucos estão sendo retiradas. Foram muitas as queixas de clientes que passaram por algum tipo de constrangimento.

Apesar dos constrangimentos, é também uma proteção. A medida divide opiniões. O sindicato dos bancários é contra essa retirada, mas segundo especialistas no assunto há outros dispositivos de segurança mais eficientes.
Só no Tribunal de Justiça de São Paulo, já foram mais de mil ações de clientes pedindo reparação por danos morais em portas giratórias. O equipamento já está sendo retirado de algumas agências de dois dos principais bancos brasileiros.
Em muitas agências de São Paulo, as portas giratórias já desapareceram. Aos poucos, isso deve acontecer com mais frequência. A medida divide opiniões. “Para mim, seria uma menor segurança nos bancos. Eu prefiro que tenha”, opina a administradora Amanda Figueroa.

“Sempre atrapalha um pouco, principalmente as mulheres que carregam o mundo inteiro na bolsa. Sempre tem de deixar nos armários ou tirar tudo da bolsa. Era meio constrangedor, também dependendo também do que você tinha bolsa. Como mulher, eu acho que vou me sentir mais confortável”, comentou a administradora Karina Polycarpo.
Em uma agência, o cabeleireiro Valmir José de Santana disse que se sentiu constrangido. “Entrei uma vez na porta e me pararam. Pediram para eu tirar uma chave e tirei. Depois o celular. Tentei outra vez e parou. Tentou quatro ou cinco vezes e me pararam. aí eu falei: ‘Só se eu ficar nu agora’. Após sair, fui a outra agência. Com a mesma chave, com o mesmo celular e entrei normalmente. Entrei com uma ação por danos morais”, conta.

A retirada da porta giratória preocupa os representantes dos bancários. Eles dizem que o equipamento é um item de segurança de quem trabalha e de quem utiliza as agências. “Imagina também se o bandido tiver de escolher entre uma agência que não tem porta de segurança e uma agência que tem porta de segurança, qual que ele vai escolher? É claro que, se tem porta de segurança, é um item que retarda a ação. Portanto, dificulta”, defende Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Mas essa não é a opinião do consultor de risco e segurança Antônio Brasiliano. Ele diz que hoje os bancos já possuem equipamentos mais eficientes para inibir os assaltos.
“O banco deixa pouca grana, incentivou o uso da internet, incentivou o uso do dinheirinho de plástico e implementou outras ferramentas mais eficazes, como, por exemplo, uma fechadura de retardo. Ou seja, uma pessoa chega na agência bancária, um bandido vai querer assaltar, tem uma fechadura em que o sujeito tem de digitar uma senha e tem um retardo de uns 20 a 30 minutos. Então, só por esse contexto isso é um fator mais inibidor do que a porta por si só”, afirma o consultor de risco e segurança Antônio Brasiliano.
A equipe de reportagem do Bom Dia Brasil convidou o Itaú e o Bradesco para falar. Os dois bancos preferiram enviar notas. O Bradesco informou que segue um plano de segurança próprio aprovado pela Polícia Federal. Já o Itaú disse que a substituição das portas é uma maneira de buscar mais proximidade e transparência no atendimento ao cliente e que o equipamento será mantido em locais onde a legislação municipal ou estadual determina a instalação.

Nenhum comentário: