Fim das portas giratórias nos bancos gera polêmica em São
Paulo
Em muitas agências, as portas
giratórias já desapareceram. Aos poucos, isso deve acontecer com mais
frequência. A medida divide opiniões.
Tem
novidade nos bancos. As portas giratórias, aquelas com detector de metal, aos
poucos estão sendo retiradas. Foram muitas as queixas de clientes que passaram
por algum tipo de constrangimento.
Apesar
dos constrangimentos, é também uma proteção. A medida divide opiniões. O
sindicato dos bancários é contra essa retirada, mas segundo especialistas no
assunto há outros dispositivos de segurança mais eficientes.
Só no
Tribunal de Justiça de São Paulo, já foram mais de mil ações de clientes
pedindo reparação por danos morais em portas giratórias. O equipamento já está
sendo retirado de algumas agências de dois dos principais bancos brasileiros.
Em
muitas agências de São Paulo, as portas giratórias já desapareceram. Aos
poucos, isso deve acontecer com mais frequência. A medida divide opiniões.
“Para mim, seria uma menor segurança nos bancos. Eu prefiro que tenha”, opina a
administradora Amanda Figueroa.
“Sempre
atrapalha um pouco, principalmente as mulheres que carregam o mundo inteiro na
bolsa. Sempre tem de deixar nos armários ou tirar tudo da bolsa. Era meio
constrangedor, também dependendo também do que você tinha bolsa. Como mulher,
eu acho que vou me sentir mais confortável”, comentou a administradora Karina
Polycarpo.
Em uma
agência, o cabeleireiro Valmir José de Santana disse que se sentiu
constrangido. “Entrei uma vez na porta e me pararam. Pediram para eu tirar uma
chave e tirei. Depois o celular. Tentei outra vez e parou. Tentou quatro ou
cinco vezes e me pararam. aí eu falei: ‘Só se eu ficar nu agora’. Após sair,
fui a outra agência. Com a mesma chave, com o mesmo celular e entrei normalmente.
Entrei com uma ação por danos morais”, conta.
A
retirada da porta giratória preocupa os representantes dos bancários. Eles
dizem que o equipamento é um item de segurança de quem trabalha e de quem
utiliza as agências. “Imagina também se o bandido tiver de escolher entre uma
agência que não tem porta de segurança e uma agência que tem porta de
segurança, qual que ele vai escolher? É claro que, se tem porta de segurança, é
um item que retarda a ação. Portanto, dificulta”, defende Juvandia Moreira, presidente
do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Mas
essa não é a opinião do consultor de risco e segurança Antônio Brasiliano. Ele
diz que hoje os bancos já possuem equipamentos mais eficientes para inibir os
assaltos.
“O
banco deixa pouca grana, incentivou o uso da internet, incentivou o uso do
dinheirinho de plástico e implementou outras ferramentas mais eficazes, como,
por exemplo, uma fechadura de retardo. Ou seja, uma pessoa chega na agência
bancária, um bandido vai querer assaltar, tem uma fechadura em que o sujeito
tem de digitar uma senha e tem um retardo de uns 20 a 30 minutos. Então, só por
esse contexto isso é um fator mais inibidor do que a porta por si só”, afirma o
consultor de risco e segurança Antônio Brasiliano.
A
equipe de reportagem do Bom Dia Brasil convidou o Itaú e o Bradesco para falar. Os dois bancos preferiram
enviar notas. O Bradesco informou que segue um plano de segurança próprio
aprovado pela Polícia Federal. Já o Itaú disse
que a substituição das portas é uma maneira de buscar mais proximidade e
transparência no atendimento ao cliente e que o equipamento será mantido em
locais onde a legislação municipal ou estadual determina a instalação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário