Negromonte agradece a Dilma em carta e diz que sempre foi fiel
Ministro das
Cidades deverá ter encontro com a presidente nesta quinta.
Reunião deverá selar saída de Mário Negromonte da pasta das Cidades.
Reunião deverá selar saída de Mário Negromonte da pasta das Cidades.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, diz na carta de
demissão que redigiu para entregar à presidente Dilma que agradece a confiança que recebeu e
que sempre se manteve fiel ao governo da presidente.
Ele
terá um encontro com Dilma na tarde desta quinta (2) para selar a saída do
cargo. Inicialmente, a reunião estava prevista para as 11h, segundo a
assessoria do Ministério das Cidades, mas o Palácio do Planalto pediu o
adiamento porque a presidente voltou de madrugada da viagem a Cuba e ao Haiti.
Pela
manhã, o ministro se reuniu com o presidente nacional do PP, senador Francisco
Dornelles (RJ), segundo a assessoria do ministério. O ministro Gilberto
Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, disse que o PP é
"parceiro" e continuará no
governo. O provável substituto de Negromonte é o líder da bancada do PP
na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Na
carta de demissão, Negromonte aponta uma "batalha na mídia" e diz que
as denúncias de irregularidades sobre a pasta que comanda não comprovam nada contra ele..
Há
menos de duas semanas, o ex-chefe de gabinete do ministro das Cidades, Cássio
Peixoto, e um assessor de Negromonte foram exonerados.
Em novembro, segundo
reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", Peixoto teria
pressionado funcionários do ministério a fraudar um parecer técnico que
recomendava um sistema de transporte mais caro para Cuiabá na Copa do Mundo. Na
época, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério, Luiza Gomide, negou a
fraude. Negromonte mandou abrir sindicância interna para investigar o caso.
Na
semana passada, o jornal "Folha de S. Paulo" trouxe nova denúncia.
Segundo a reportagem, o ministro e dois assessores participaram de reuniões com
o dono de uma empresa de informática, que estaria interessado numa proposta
milionária de informatização do ministério.
Ao
deixar o ministério, Negromonte voltará a exercer o mandato de deputado federal
pelo PP da Bahia, do qual se afastou quando
entrou no governo. Negromonte afirma na carta que Dilma poderá contar com ele
nas votações mais importantes no Congresso.
Nesta
quarta (1), o deputado Vilson Covatti (PP-SC) disse que Negromonte está
desgostoso com o que chamou de "fogo amigo" dentro do partido, o PP.
"Ele continuou tendo o fogo amigo, e acho que se desgostou com isso porque
continuam as criticas. Ele continua sangrando sem necessidade", disse
Covatti.
Vilson
Covatti e outros deputados do partido, como Roberto Brito (PP-BA) e Waldir
Maranhão (PP-MA), estiveram na tarde de quarta no gabinete de Negromonte,
momento em que, segundo relato de Covatti, foram informados sobre a intenção da
demissão.
"Ponderamos
a ele [Negromonte] que o pior passou. Ele passou por todas as provas, mas está
muito determinado [a deixar do cargo]", declarou.
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