Novo líder do PP na Câmara,
Arthur Lira, acumula processos
BRASÍLIA
- Parlamentares do PP ficaram surpresos com o volume e a gravidade dos
processos a que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) o novo líder do
partido na Câmara, Arthur Lira (AL), filho do senador Benedito de Lira (PP-AL)
e substituto do ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PB). O novo líder,
escolhido nesta segunda-feira pelo voto na bancada, responde a oito processos
por esquema de fraudes e desvio de R$ 302 milhões da folha de pagamento da
Assembleia Legislativa de Alagoas, desbaratado em 2007 pela Polícia Federal, e
a outros dois processos criminais penais por coação e ameaça. A operação
resultou no indiciamento de nove pessoas.Então juiz da 17ª Vara da Fazenda
Estadual, Helestron Costa determinou o afastamento de Arthur e outros deputados
do cargo, mas a decisão foi derrubada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. Com
a eleição para deputado federal em 2010, as ações foram para o Supremo. Arthur
Lira era ex-primeiro secretário da Mesa Diretora e teria manipulado a folha de
pagamento, fazendo descontos indevidos de cheques da Assembleia e obtendo, de
forma fraudulenta, os empréstimos embutidos em sua conta bancária e de
laranjas. Entre 2001 e 2006, o desvio teria atingido mais de R$ 13 milhões.
A
operação da PF, em 6 de dezembro de 2007, prendeu deputados, ex-deputados,
funcionários de bancos e um agiota, acusados de formação de quadrilha,
peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Na
época, responsável pela denúncia, o então procurador-geral do Ministério
Público de Alagoas, Coaracy Fonseca, denunciou ameaça de morte - o que gerou
outra acusação a Arthur Lira. Procurado nesta segunda-feira pelo GLOBO, o novo
líder do PP não quis responder.
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