Novo presidente do Supremo paraguaio defende
colonos brasileiros
Assunção, 7 fev (EFE).- O plenário da Suprema Corte de Justiça do
Paraguai elegeu nesta terça-feira seu novo presidente, Víctor Núñez, que
criticou o descumprimento de uma ordem de despejo de camponeses de propriedades
que pertencem a colonos brasileiros numa zona conflituosa no leste do país.
Núñez foi nomeado em
substituição a Luis María Benítez para um mandato de um ano. Em declarações a
uma rádio local o magistrado questionou o não cumprimento da execução de uma
ordem de despejo dos camponeses sem-terra que desde setembro de 2011 estão em
frente às fazendas de produtores brasileiros de soja em Ñacunday, na província
de Alto Paraná, a 400 quilômetros ao leste de Assunção.
A tensão nessa
região, que faz fronteira com o Paraná, agravou-se em meados de janeiro por
causa dos rumores de invasões de terras por parte dos camponeses
("carperos"), que reivindicam para reforma agrária terras ocupadas
pelos brasileiros que foram para o Paraguai, os "brasiguaios".
Núñez classificou de
"lamentável que num estado de direito não se possa cumprir uma ordem
judicial".
Um representante dos
"carperos", Federico Ayala, disse à Agência Efe que os camponeses não
invadiram propriedades dos "brasiguaios" em Ñacunday.
Segundo Ayala, oito
mil camponeses que estão na região começaram nesta segunda-feira a se dirigir a
terras pertencentes à companhia elétrica estatal e vão permanecer no local até
receberem uma resposta do governo às suas demandas.
O representante dos
"carperos" disse que em oito dias os camponeses decidirão se vão
recorrer à invasão de terras.
Ontem, o presidente
do Paraguai, Fernando Lugo, advertiu que as forças de segurança utilizariam
"todos os meios disponíveis" para evitar a violência entre
"carperos" e "brasiguaios" de Ñacunday.
Lugo afirmou ainda
que o Executivo irá esperar a decisão da Justiça para realizar alguma ação no local.
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