quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE


Consumo consciente: prática depende de hábito e deve começar cedo


SÃO PAULO - Em tempos de defesa do meio ambiente, uma expressão que aparece frequentemente, seja na mídia, seja nas ruas, é o chamado consumo consciente. De acordo com o instituto Akatu, consumo consciente é o ato de consumir levando em consideração os impactos provocados pelo consumo. Explicando melhor: o consumidor pode, por meio de suas escolhas, buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos dos seus atos e, dessa forma, contribuir com seu poder de consumo para construir um mundo melhor. No entanto, em um mundo capitalista, onde o imediatismo fala mais alto, nem sempre é fácil agir desta forma. "A sustentabilidade tem uma visão de longo prazo e, em geral, as pessoas não gostam de pensar no futuro desta forma", explica a psicanalista e representante no Brasil da Iarep (International Association for Research in Economic Psychology), Vera Rita de Mello Ferreira, autora de livros como "A Cabeça do Investidor". Sem piloto automático Segundo Vera Rita, desligar o chamado piloto automático é uma medida que ajuda a agir de forma mais consciente. "As pessoas passam a rever princípios e atitudes, que antes eram tomados de forma automática, inconsciente", afirma. "Quanto menos piloto automático, mais fácil é raciocinar", ensina. Simples? De forma alguma. E, como explica a psicanalista, é próprio do ser humano tomar certas atitudes. "Quando é conveniente, olhamos só para um lado, descartando as partes que não nos interessa". Além disso, segundo ela, desculpas não faltam para justificar as ações. "Na hora, o que vale é a vontade". Como mudar este quadro Para a psicanalista, uma forma de incorporar essa consciência seria fazer com que a prática se tornasse um hábito. "O dia a dia pode ajudar a reverter esse quadro e tornar as pessoas mais conscientes", explica. Uma dica seria inserir, com mais frequência e antecedência, as crianças neste conceito. "Quanto mais jovens começarem a pensar no assunto, mais chances têm de seguirem por esse caminho", indica Vera, afirmando que a prática deve vir do berço. Outra forma seria abrir mão da satisfação imediata. "Mas, para isso, teria que haver um processo de autoconhecimento que permita fazer mudanças e tomar decisões que contribuam para uma vida mais equilibrada, psicologicamente e economicamente falando", ensina. Segundo a especialista, o fato de estar mais consciente sobre o assunto pode tornar desconfortável desrespeitar os valores. "As pessoas passarão a pensar duas vezes antes de tomar qualquer decisão que possa causar impactos negativos", finaliza.

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