Fevereiro começa com destaque para emprego nos EUA
SÃO PAULO - O mês de
fevereiro começa com destaque para o dado sobre criação de empregos nos Estados
Unidos. A ADP, empresa que processa folhas de pagamento, mostra o comportamento
do emprego no setor privado e a previsão é de que foram abertas de 200 mil a
250 mil vagas, contra 325 mil em dezembro.
Ainda
nos Estados Unidos, os investidores conhecem o índice de atividade industrial
de janeiro, os gastos com construção em dezembro, a variação semanal nos
estoques de petróleo e a venda de automóveis no mês passado.
No
Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta o
Índice de Preços ao Produtor, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga o Índice
de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) e o Banco Central (BC) traz uma nova
parcial do fluxo cambial em janeiro.
Na
zona do euro serão divulgados indicadores de atividade industrial (PMI, na
sigla em inglês) em janeiro.
Mercados
na Terça-Feira
A
terça-feira teve dois momentos distintos. A abertura foi francamente positiva,
conforme os agentes reagiam ao acordo fechado entre os líderes da zona do euro,
que além de acertar metas para o campo fiscal anunciaram medidas para estimular
o crescimento e o emprego.
A
tendência mudou depois que indicadores americanos ficaram aquém do previsto. O
Conference Board mostrou uma queda inesperada no índice de confiança do
consumidor. Antes disso, foi divulgada uma queda nos preços dos imóveis em
novembro e uma leitura abaixo do previsto para o índice de atividade na região
de Chicago.
Mas
a instabilidade do dia não tirou o brilho do mês. As bolsas tanto aqui quanto
lá fora tiveram forte valorização e o dólar perdeu para seus principais rivais.
A
corrida aos ativos de risco teve suporte em alguns fatores, entre eles, as
ações do Banco Central Europeu (BCE) que ajudaram na rolagem de dívidas
soberanas e o aceno do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que
o juro seguirá baixo até o fim de 2014 e de que não estão descartadas novas
medidas de estímulos.
Além
disso, já havia espaço para correção de preços depois de um fim de ano
pessimista, além do movimento sazonal de grandes investidores no começo de ano.
Em
Wall Street, o Dow Jones fechou o dia com queda de 0,16%, a 12.633 pontos. O
S&P 500 recuou 0,05%, a 1.312 pontos. Já o Nasdaq teve leve alta de 0,07%,
a 2.814 pontos.
Em
janeiro, o Dow Jones e o S&P subiram 3,4% e 4,4%, respectivamente, melhor
resultado para um mês de janeiro desde 1997. A bolsa eletrônica Nasdaq ganhou
8%.
No
mercado de energia, o petróleo do tipo WTI caiu 0,3%, a US$ 98,48, e fechou o
mês com leque queda de 0,4%. Já o índice de commodities CRB ganhou 2,3% em
janeiro.
Bovespa
A
disposição à tomada de ativos de risco teve forte impacto na Bolsa de Valores
de São Paulo (Bovespa). Com ajuda de cerca de R$ 6,5 bilhões em capital
externo, a bolsa brasileira fechou janeiro com alta de 11,1%, a maior alta
mensal desde outubro e melhor abertura de ano desde 2006.
Ontem,
o Ibovespa se descolou da instabilidade externa e fechou com alta de 0,48%, aos
63.072 pontos, maior pontuação desde 4 de julho de 2011. O giro financeiro
atingiu expressivos R$ 8,778 bilhões.
'A
magnitude da valorização do Ibovespa surpreende otimistas e pessimistas e o
crédito é dado aos papéis de múltiplos bastante atrativos, à entrada de
estrangeiros e à menor visão de quebra da Europa', disse o gestor da Grau
Gestão de Ativos, Flavio Barros.
O
especialista, contudo, se mostra reticente em estender esse cenário para o
restante de 2012. 'Não acho a alta consistente. O mercado tem que lembrar que o
crescimento mundial será baixo. Ainda não foi consolidado um horizonte
tranquilo para frente', destacou.
Câmbio
O
último pregão de janeiro foi de grande instabilidade no câmbio local, mas os
vendedores acabaram falando mais alto, como foi regra ao longo do mês.
Dos
21 pregões de janeiro, o dólar teve alta em apenas seis deles. Com isso, a
moeda fecha o mês acumulando baixa de 6,53%, maior queda mensal desde outubro
do ano passado.
Na
relação inversa, o real foi a moeda com maior valorização ante o dólar no mundo
neste começo de ano, dividindo o topo do ranking com o peso mexicano.
Todas
as principais moedas emergentes e mesmo desenvolvidas ganharam do dólar em
janeiro, conforme a menor preocupação com a zona do euro abriu espaço para uma
retomada das posições em ativos de risco, que tinham sido abandonadas no fim de
2011.
No
caso do real, os operadores chamam atenção ao elevado fluxo de recursos
externos. Até a sexta-feira, dia 20, a sobra de dólares no mercado local
passava dos US$ 6,654 bilhões.
Mesmo
com a queda da Selic, a taxa de juros segue elevada para padrões
internacionais, o que funciona como atrativo para investimentos. Fora isso, o
mercado assiste a um aumento nas captações externas e também se espera a retoma
das ofertas de ações (IPOs, na sigla em inglês).
Outra
fatia do mercado, no entanto, enxerga esse movimento como pontual. A crise
externa não foi resolvida e qualquer sinal de problema pode resultar em firme
reversão desse fluxo de dólares.
O
dólar comercial terminou a terça-feira com queda de 0,11%, a R$ 1,747 na venda.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto teve queda de
0,23%, a R$ 1,7455.
Também
na BM&F, o dólar para fevereiro teve baixa de 0,57%, a R$ 1,739.
O
Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de
moedas, subia 0,20% a 79,29 pontos, depois de cair a 78,74 pontos. O euro
perdeu 0,50%, a US$ 1,307, mas chegou a fazer máxima a R$ 1,321. No mês, o DXY
perdeu 1,15%, enquanto o euro ganhou 0,85%.
Juros
Futuros
Depois
de quatro dias de firme queda, as taxas dos contratos futuros ensaiaram uma
recuperação técnica na terça-feira, mas o movimento de alta ficou restrito ao
período da manhã. Em meio à perda de força do tom positivo nos mercados, as
taxas futuras devolveram os ganhos e encerram o dia próximas da estabilidade.
Mesmo
com o sobe-e-desce ao longo da sessão, a curva de juros futuros continua
sugerindo Selic de 9,5%.
Segundo
o sócio e gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, concordando ou não,
está claro que o governo vai buscar taxa básica de um dígito. Então não dá para
apostar contra.
No
entanto, ao menos por ora, não há espaço para aposta de redução de juros
superior à já embutida na curva futura. Por isso, o mercado pode perder
volatilidade nos próximos dias.
Na
avaliação de Petrassi, a expectativa segue voltada ao pacote fiscal. Se o corte
anunciado for elevado, na cada dos R$ 70 bilhões, o mercado pode ter nova
rodada de ajuste para baixo, com investidores pensando em taxa mais próxima de
9%.
Antes
do ajuste final de posições na BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro
(DI) com vencimento em fevereiro de 2012 ganhava 0,01 ponto percentual, a
10,32%. Março de 2012 mostrava estabilidade a 10,31%. Abril de 2012 não tinha
alteração, projetando 10,12%. E julho 2012 marcava 9,73%, alta de 0,01 ponto.
Entre
os longos, janeiro de 2013 operava estável 9,52%, depois de subir a 9,55%.
Janeiro 2014 ganhava 0,01 ponto, a 9,97%. Janeiro 2015 devolvia 0,01 ponto, a
10,46%. Janeiro 2016 subia 0,02 ponto, a 10,78%. E janeiro 2017 se valorizava
0,03 ponto, a 10,90%.
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