Músico erudito, André Rieu diz se
sentir 'exatamente' como pop star
Violinista holandês
começa, nesta terça, turnê de 22 shows em São Paulo.
Com sua orquestra, ele tocou 'Ai se eu te pego' no 'Domingão do Faustão'.
O violinista e maestro holandês André Rieu em coletiva de imprensa em SP
“Exatamente.”
Essa foi a resposta do violinista e maestro André Rieu à última pergunta –
“Você se sente um pop
star da música clássica?”
O sorriso de Rieu pode até insinuar alguma ironia – e a
questão comparava sua bilheteria às de Madonna e do festival Lollapalooza... Mas o
fato é que a propaganda dos shows de Rieu traz esta inscrição, dizendo se
tratar da estrela de um gênero musical pouco dado a fornecer astros de fama
internacional. “A única diferença é que tocamos [tipos de] músicas diferentes”,
prossegue o músico. No caso da dele, o apelo decorre de espetáculos grandiosos,
ou mesmo “interativos”, em que muita valsa é adicionada ao repertório erudito.
Por fim, o holandês, de 62 anos, cita Johann
Strauss: “Na verdade, ele foi o primeiro pop star. Eu tenho uma
orquestra – Johann Strauss tinha cinco. Ele era um business man [homem de negócios] e um pop star”. Os negócios conduzidos por Rieu
chegam ao Brasil com uma equipe de 180 pessoas e vários contêineres com
instrumentos mais alegorias de cena. E ele diz não estar surpreso com a grande
procura pelos seus shows por aqui: em princípio, seriam três, mas a grande
demanda resultou em agendamentos posteriores.
“É sempre difícil achar alguém que acredita
em você. Eu acredito. E acredito que minha música seja para todos, em qualquer
parte do mundo”, resume Rieu na coletiva. “Mas, às vezes, sou o único que
acredita (risos).” Adiante, ele
fala sobre a boa vendagem de seus inúmeros DVDs e completa: “Sorte nossa termos
encontrado o Manoel, que também acredita em nós...”
O Manoel de que o instrumentista fala é
Manoel Poladian, produtor das apresentações e presente à entrevista desta
segunda. Polandian explica o porquê do “crescimento” da turnê. “Cautelarmente,
a gente fez uma experiência, em dezembro, anunciando quatro espetáculos. Mas
não deu nem tempo de colocar à venda e os ingressos se esgotaram. André vendeu,
no Brasil, um milhão de DVDs.”
‘Ai se eu te pego’
Ao chegar à coletiva de imprensa, André Rieu cumprimenta os presentes com um “Bom dia”, embora já fosse meio da tarde. “É tudo o que eu sei [falar em português]”, justifica, provocando risos gerais. Ele então lamenta a pouca habilidade com o idioma. É o tipo de comentário que resume tanto a boa reputação que o músico tem entre os seus admiradores quanto o descrédito despertado em quem o acusa de certo populismo.
No que contribuem opções como a de tocar “Ai
se eu te pego”, de Michel Teló, Rieu, contudo, não entende que sua missão seja
arrebanhar o público para a música erudita. “Não é minha missão, não vou pelo
mundo como um padre e falo ‘Por favor, gostem de música clássica’”, observa,
enquanto desenha no ar, com as mãos, uma cruz. “Mas há milhares de crianças que
gostam de nossa música. Eu educo as pessoas, mas não é minha missão.”
Voluntariamente ou não, Rieu não elabora
muito ao abordar os propósitos de sua Johann Strauss Orchestra: “Com minha
música, eu pego as pessoas e as conduzo, faço chorar, rir, dançar.” E qual
seria o motivo, além dos óbvios, para esse interesse da audiência pela
proposta? “Esse é o meu segredo... É verdade, eu não sei (risos)”, confessa, antes de arriscar um
conjunto de explicações.
Dentre elas, o fato de escolher peças que
realmente aprecia mostrar ao vivo (“elas tocam o meu coração”) e de seguir
“terrivelmente nervoso” antes de entrar no palco. “Acho que as pessoas sentem
isso. Se eu fosse para o palco cansado [boceja], sentiriam isso. Posso me dar
integralmente para a audiência”, afirma o assumido pop star.
André Rieu em São Paulo
Quando: de 29 de maio a 13 de julho.
Onde: Ginásio do Ibirapuera (Rua Manoel da Nóbrega, 1361 – Paraíso).
Quanto: de R$ 140 a R$ 600.
Quando: de 29 de maio a 13 de julho.
Onde: Ginásio do Ibirapuera (Rua Manoel da Nóbrega, 1361 – Paraíso).
Quanto: de R$ 140 a R$ 600.
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